Ontogênese do seguimento de instruções: o papel da formação de classes de equivalência

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Responder sob o controle de comandos verbais é um importante componente de aprendizagem humana. O paradigma de equivalência de estímulos, como modelo do comportamento simbólico, pode contribuir para esclarecer como instruções especificam contingências de reforçamento: as palavras podem se tornar membros de classes de equivalência que incluem outros estímulos (os referentes) tais como objetos, ações, relações, etc. Esse estudo investigou a formação de classes de estímulos envolvendo pseudo-palavras (verbos) e pseudo-frases (verbos e objetos). Os objetivos específicos foram verificar: 1) se as pseudo-palavras se tornariam equivalentes a ações e objetos (apresentados em filmes em videoteipes) e figuras abstratas; e 2) se as palavras e figuras adquiririam controle instrucional sobre o responder não verbal (realizar as ações, isoladas ou direcionadas aos objetos). Foram conduzidos dois experimentos com crianças com idades entre quatro e seis anos. No Experimento I os estímulos do Conjunto A eram pseudo-palavras (verbos no infinitivo), os do Conjunto B eram ações (videoteipes) sem um nome definido, para as quais não se esperava nomeações consistentes na comunidade verbal dos participantes e os do Conjunto C eram figuras abstratas coloridas. No Experimento II os estímulos auditivos foram estendidos para pseudo-frases (verbo-objeto) e ações direcionadas a objetos. Em ambos os experimentos foi empregado um procedimento de emparelhamento com o modelo com três estímulos de comparação para ensinar as discriminações condicionais entre os estímulos dos conjuntos A e B (relação AB) e entre os dos conjuntos A e C (relação AC) e testar a formação de classes (tentativas de sondas BC e CB intercaladas com tentativas de linha de base). Nos dois experimentos, todas as crianças aprenderam as discriminações condicionais AB e AC e apresentaram formação de classes de equivalência, relacionando, sem ensino direto, pseudo-palavras ou pseudo-frases, ações e figuras indefinidas (emergência de BC e CB). Os testes de controle instrucional, conduzidos no início do estudo (pré-teste), depois do ensino das discriminações condicionais (teste intermediário) e depois da formação de classes de estímulos equivalentes (pós-teste), mostraram que o ensino da linha de base foi suficiente para estabelecer o controle pelas instruções orais (inexistente no pré-teste), mas não pelas figuras abstratas correspondentes. Após a formação de classes, todas as crianças seguiram ambos os tipos de instruções. Contudo, quando os testes no Exprimento II apresentavam novas sentenças (recombinações entre verbos e substantivos das sentenças aprendidas), nenhuma criança apresentou generalização recombinativa, o que levanta a questão sobre as condições necessárias e suficientes para estabelecer um repertório generalizado de seguimento de instruções baseado nas relações de equivalência. Os presentes resultados replicam e estendem os resultados de estudos prévios sobre relações de equivalência como um mecanismo pelo qual o seguimento de instrução pode emergir como um repertório derivado, sem treino explícito

ASSUNTO(S)

controle instrucional children pseudo-palavra stimulus control controle de estímulos phrase equivalência de estímulos instructional control educacao especial pseudo-word pseudofrase stimulus equivalence crianças

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