Minha vida, duas línguas : um estudo sobre as experiências de surdos com a escrita acadêmica no Programa de Pós-Graduação em Educação/UFRGS

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Este trabalho discute as marcas identitárias de surdos traduzidas em suas teses e dissertações, produzidas no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Busca evidenciar a forma que essa diferença é sinalizada na escrita do surdo pesquisador, além de tentar descrever as marcas atribuídas a essa experiência. Utilizou-se da metodologia de análise documental, realizando a leitura de seis dissertações de mestrado e uma tese de doutorado produzidas por surdos no período de 1998 a 2010 (quase a totalidade da produção surda do PPGEDU/UFRGS). Elencou-se, a partir das recorrências encontradas, três eixos analíticos: a escrita e a leitura de uma segunda língua (em português); o papel do intérprete; e a diferença cultural do surdo. O estudo está situado no campo dos Estudos Culturais em Educação e dos Estudos Surdos e a análise teve por base, principalmente, o pensamento de Quadros e Karnopp (2004) sobre a Língua de Sinais Brasileira, e os conceitos de cultura e identidade surda abordados por Perlin (1998) e Skliar (1998). Registrou-se, então, que muito além de um espaço de estudo, o PPGEDU/UFRGS se constituiu em um local de produções acadêmicas com propósitos investigativos e políticos dos surdos pelo seu povo. Tais produções, no entanto, se apresentaram atravessadas pelas dificuldades de escrita em uma segunda língua (o Português), pela (in)aceitabilidade da diferença cultural surda e pelo ato de marcar a presença surda nos textos.

ASSUNTO(S)

escrita educação especial surdo língua brasileira de sinais

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