Expressividade oral no cinema: diálogos com a fonoaudiologia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Esta dissertação teve como objetivo analisar a questão da expressividade oral no cinema a partir de levantamento temático, que partiu de entrevista aberta, com profissionais do meio. O trabalho do ator nesse meio possui demandas específicas. A elaboração de um filme envolve muitos processos, junto às possibilidades tecnológicas e infra-estrutura. O que pensar sobre voz e fala no cinema? Quais processos envolvem a construção da expressividade oral no cinema? Existem dificuldades? O fonoaudiólogo pode atuar? Foram realizadas entrevistas abertas a seis diretores, seis atores e uma editora de som, todos com experiência em cinema, sobre o tema da pesquisa. Essas entrevistas foram transcritas e analisadas por quadros temáticos, seguindo proposta de Spink (2004). A partir desses temas, foi possível organizar uma proposta didática para melhor compreender a expressividade oral no cinema. O processo para a construção dessa expressividade envolve a formação desta, com a instrumentalização prévia, as influências do roteiro, da direção e das assessorias de preparadores de elenco e fonoaudiólogos; envolve as tecnologias de apoio e infra-estrutura; e a fragmentação da expressividade oral. São características da expressividade oral no cinema, o naturalismo, a irreversibilidade, o caráter intimista, a arte e o entretenimento. Dentre os objetivos encontrados, deve atingir os ideais da direção e transmitir verdade, com inteligibilidade, continuidade, estética e harmonia ou organicidade. Segundo os entrevistados, a dificuldade mais apontada está na formação, no preparo da expressividade oral, mais especificamente na instrumentalização prévia e processo criativo, devido a procedimentos muito intuitivos, subjetivos, fator que também prejudica a comunicação entre diretor, ator, preparadores de elenco e equipe técnica. Outra dificuldade está relacionada às tecnologias de apoio e infra-estrutura, por ruído ambiental, equipamentos deficientes e despreparo da equipe técnica. O reparo dos problemas da fase de captação envolve edição e dublagem. A dublagem é, também, uma dificuldade para a maioria dos entrevistados. A assessoria fonoaudiológica, se embasada das necessidades específicas do meio, pode ser sensível em todas as etapas do processo de construção da expressividade oral no cinema. Há um conhecimento limitado por parte dos profissionais do meio cinematográfico, cujo mito maior está em acreditar que Fonoaudiologia atua apenas nos distúrbios. Por outro lado, haja talvez um desconhecimento dos fonoaudiólogos em relação às necessidades do meio e pouca ousadia em propor sua atuação

ASSUNTO(S)

fonoaudiologia expressividade oral atores voz fala cinema oral expressivity actors voice speech movie speech-language hearing sciences

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