Composição e variabilidade química dos óleos essenciais das folhas e frutos de Eugenia dysenterica / Variability and chemical composition of essential oils from the leaves and fruits of Eugenia dysenterica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A variação na composição química do óleo essencial em populações silvestres e cultivadas de Eugenia dysenterica DC. (Myrtaceae) indicou a presença de dois grupos de óleos em relação à origem das amostras. O grupo I incluiu amostras cultivadas (subgrupo IA) ou majoritariamente silvestres (subgrupo IB) provenientes de Senador Canedo (SC), contendo altas percentagens de a-pineno (9,0 2,3%), b-pineno (9,3 2,6%), (Z)-b-ocimeno (5,9 4,2%) e g-cadineno (27 5%), limoneno (12 9%) e óxido de cariofileno (7,4 4,7%), respectivamente. O grupo II caracterizou-se pelas amostras coletadas em Campo Alegre de Goiás (CA), silvestres ou cultivadas, cujos constituintes majoritários foram o b-cariofileno (24 8%), d-cadineno (13 4%) e a-copaeno (9,6 3,2%). A análise por correlação canônica indicou que limoneno, g-cadineno, óxido de cariofileno, Zn, Cu, Fe, Mn, médias mensais de temperatura e precipitação foram fortemente correlacionados às amostras silvestres de SC (subgrupo IB), enquanto (Z)-b-ocimeno, a-copaeno, b- cariofileno, a-humuleno, d-cadineno, e P correlacionaram-se às amostras silvestres de CA e a todas as amostras cultivadas, independentemente da origem da população (subgrupo IA e grupo II). Em todas as populações os óleos essenciais apresentaram predominantemente hidrocarbonetos sesquiterpênicos e as variações químicas observadas entre as populações parecem ser geneticamente determinadas (quimiotipos), com uma nítida influência de fatores edafo-climáticos sobre as amostras originadas da população de SC (ecótipo). Variações químicas na composição do óleo essencial de populações cultivadas de E. dysenterica nas estações seca e chuvosa indicaram, ainda, a presença de dois grupos de óleos em relação à origem e às estações de coleta. O grupo I inclui amostras coletadas na seca (subgrupo IA) e principalmente, amostras coletadas na chuva (subgrupo IB) originárias de Senador Canedo (SC), com elevadas quantidades de b-pineno (9,3 2,6%), a- pinene (9,0 2,3%), (Z)-b-ocimeno (5,9 4,2%) e g-cadineno (17 11%), limoneno (14 9%) e b-pineno (8,6 5,4%), respectivamente. No grupo II, que inclui amostras cultivadas provenientes de Campo Alegre de Goiás de ambas as estações, os principais constituintes foram b-cariofileno (32 15%), d- v i i i cadineno (13 6%) e a-copaeno (8,1 4,0%). Também neste caso, os sesquiterpenos hidrocarbonetos predominaram em todas as populações amostradas e foi observado que a variação química dos óleos essenciais pode ser geneticamente determinada, além de possuir uma clara influência sazonal no caso das amostras provenientes da SC. Quanto aos óleos essenciais dos frutos de E. dysenterica, coletados durante três estádios de maturação, o grupo de constituinte mais abundante dos óleos essenciais foi os dos hidrocarbonetos monoterpenos representando cerca de 68% do total de compostos identificados. Limoneno (25,8% e 24,6%), (E)-b-ocimeno (20,3% e 21,7%) e b-pineno (12,0% e 14,2%) foram os constituintes majoritários nos estágios verdes e semi-maduros, respectivamente, enquanto g-muuroleno (25,8%), b-cariofileno (18,4%) e a- humuleno (15,4%) preponderaram nos frutos maduros. A concentração de monoterpenes foi elevado nos estágios verde e semi-maduros e diminuiu com o amadurecimento do fruto, enquanto os sesquiterpenos foram intensamente sintetizados apenas na última parte do processo de maturação

ASSUNTO(S)

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