Composição química dos óleos essenciais de espécies de Eucalyptus L Herit (Myrtaceae) / Chemical composition of essential oils from Eucalyptus L Herit (Myrtaceae)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/08/2010

RESUMO

O presente trabalho descreve a análise química dos óleos essenciais das folhas de dez espécies australianas de Eucalyptus e de um híbrido, cultivados na cidade de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Folhas das espécies Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden., E. camaldulensis Dehnh., E. tereticornis Sm., E. urophylla S. T. Blake, E. robusta Sm., E. paniculata Sm., E. saligna Sm., E. microcorys F. Muell., E. cloeziana F. Muell., E. pilularis Sm. e do híbrido E. urophyla x E. grandis foram coletadas em dezembro de 2009 de plantas cultivadas no arboreto do setor de Dendrologia do Departamento de Engenharia Florestal da UFV e submetidas à extração por hidrodestilação, por três horas, em aparelho tipo Clevenger. A identificação e quantificação dos constituintes dos óleos foram realizadas por cromatografia em fase gasosa e por espectrometria de massas. Apresentaram maior rendimento (m/m) as espécies E. camaldulensis (3,00%) e E. tereticornis (2,30%) seguidas de E. microcorys (1,70%), do híbrido E. urophylla x E. grandis (1,56%), E. saligna (1,42%), E. urophylla (0,77%), E. pilularis (0,73%) e E. paniculata (0,60%). Os menores rendimentos foram observados para as espécies E. robusta (0,34%), E. grandis (0,26) e E. cloeziana (0,13%). Observou-se predominância de hidrocabonetos monoterpênicos nas espécies E. saligna (95,7%), E. robusta (89,8%), E. grandis (89,0%), E. tereticornis (65,4%), E. pilularis (50,5%), e no híbrido E. Urophylla x E. grandis (56,4%). As espécies com maior teor de monoterpenos oxigenados foram E. microcoris (85,0%), E. urophylla (75,0%), E. camaldulensis (47,3%). Apenas E. cloeziana e E. paniculata apresentaram elevados teores de sesquiterpenos oxigenados (41,4% e 41,2% respectivamente). As espécies que apresentaram maiores teores de 1,8-cineol foram E. microcorys (66,2%), E. urophylla (65,4%) e E. camaldulensis (44,8%) e o híbrido E. urophylla x E. grandis (33,0%). E. grandis apresentou p-cimeno (59,6%) e γ-terpineno (29,2%) como componentes majoritários. Para E. tereticornis os componentes majoritários foram β-pineno (22,4%), 1,8-cineol (19,3%), α-pineno (13,6%), α-felandreno (10,3%), γ-terpineno (8,4%) e p-cimeno (8,1%). A espécie E. paniculata apresentou 22,6% de espatulenol e 19,4% p-cimeno. O óleo volátil de E. saligna apresentou 92,3% de α-pineno. E. robusta apresentou α-felandreno (36,6%), α-pineno (16,6%), p-cimeno (14,8%) e β- pineno (11,8%) como componentes majoritários. E. cloeziana apresentou α- pineno (27,5%), β-eudesmol (11,3%), α-eudesmol (10,8%) e espatulenol (10,4%). A espécie E. pilularis apresentou como componentes majoritários pcimeno (38,0%), um componente não identificado (14%), cujo valor do índice de kovats foi 1738, e isoespatulenol (8,0%). Os dados da espectrometria de massas e o valor do índice de Kovats sugerem que este componente não identificado corresponda a uma cetona sesquiterpênica com esqueleto do tipo aromadendreno estruturalmente semelhante à ciclocolorenona. Com base nos resultados, foi possível concluir que as espécies e o híbrido de Eucalyptus cultivados em Viçosa constituem fontes promissoras para a exploração comercial de terpenos bioativos.

ASSUNTO(S)

composição química Óleos essenciais quimica organica chemical composition essential oils eucalyptus l herit (myrtaceae)

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