Adaptação sociocultural de gestores espanhóis expatriados no Brasil / Sociocultural adaptation of expatriated Spanish managers in Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/09/2011

RESUMO

Este estudo teve por objetivo compreender como ocorre a adaptação sociocultural ao Brasil de gestores expatriados por empresas privadas e órgãos públicos da Espanha e de seus cônjuges. Para tanto, adotou-se como substrato teórico principal o modelo de adaptação proposto por Parker e McEvoy (1993), que tomando como base o modelo de Black, Mendenhall e Oddou (1991) propõe três dimensões da adaptação: ao ambiente de trabalho, ao ambiente geral fora da esfera organizacional e às interações com nacionais do país hóspede. O estudo, de natureza exploratória e descritiva, usou pesquisa de campo para levantamento de dados primários, que foram analisados através de abordagem qualitativa. A coleta se deu mediante entrevistas individuais em profundidade com três gestores de nacionalidade espanhola expatriados no Brasil e dois dos seus cônjuges. Os dados foram objeto de análise através de uma das técnicas de análise de conteúdo, a análise temática. Mostra que a adaptação vê-se mais dificultada pela distância cultural que pelas características da missão profissional, sendo mais bem sucedida em expatriados com conhecimentos prévios aprofundados sobre aspectos socioculturais do país de destino. Verifica também que o grau de adaptação aumenta com a compreensão das diferenças culturais que explicam valores e comportamentos diferentes aos do expatriado. Atesta que fatores individuais como habilidades de percepção e de relação, flexibilidade, empatia e auto-eficácia estão positivamente relacionados com a adaptação às três dimensões: trabalho, ambiente geral e interações sociais. Constata ainda que a adaptação do expatriado dificulta-se quando a adaptação do cônjuge não é bem sucedida e que a localização em um habitat percebido como carente de infraestruturas chave dificulta a adaptação em expatriados procedentes de habitats fortemente urbanos. Conclui que a adaptação do expatriado ocorre através do progressivo conhecimento do ambiente do país hóspede e da compreensão do contexto sociocultural que explica as diferenças entre valores e comportamentos do país hóspede e aqueles do país de origem, processo facilitado por características individuais do expatriado não diretamente vinculadas à sua qualificação técnica, como são habilidades de percepção e relação, flexibilidade e empatia, além de sólidos conhecimentos socioculturais sobre o país hóspede. Entende, portanto, que as organizações envolvidas com a expatriação de profissionais devem considerar entre os seus critérios de seleção o grau em que os candidatos possuem características pessoais e conhecimentos socioculturais passíveis de facilitar a adaptação.

ASSUNTO(S)

gestores espanhóis administracao expatriation sociocultural adjustment managers spanish. expatriação adaptação sociocultural

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