A constituiÃÃo dos saberes escolares na educaÃÃo bÃsica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A Escola, entendida como uma instituiÃÃo social, responsabiliza-se em contribuir com a educaÃÃo de homens e mulheres, crianÃas, jovens ou adultos. Sua educaÃÃo se diferencia da familiar, da sindical, da partidÃria, da religiosa etc., podendo, talvez atà devendo, refletir e interagir com essas modalidades educacionais, sem perder de vista o que lhe à especÃfico, ou seja, favorecer seus sujeitos numa reflexÃo sistematizada, periÃdica, paulatina e contÃnua acerca dos conhecimentos produzidos pela humanidade de forma a procurar superar a aleatoriedade, o acaso, o senso-comum nas aprendizagens. Diferentes elementos pedagÃgicos vÃo procurar materializar essa responsabilidade, sendo o currÃculo um deles. Este, mantendo interseÃÃo com os demais elementos, constitui os saberes escolares, fazendo uma seleÃÃo cultural e configurando-os como uma cultura escolar, devido Ãs suas caracterÃsticas peculiares. Essa configuraÃÃo, ao longo do tempo, passou a ter uma forÃa tÃo grande, principalmente em tempos modernos, que, alÃm de selecionar elementos da cultura, passou a colaborar com a elaboraÃÃo desta. Aproximando-nos dos fundamentos da abordagem dialÃtica materialista-histÃrica e realizando anÃlise de conteÃdo do tipo categorial por temÃticas, vimos que a constituiÃÃo dos saberes escolares se dà num movimento de autonomia relativa diante da influÃncia reprodutora dos fatores sociais mais amplos; portanto, dela nÃo se isola, numa produÃÃo meramente singular e Ãnica. Inserindo-se entre os que investigam essa constituiÃÃo dos saberes escolares, pelo olhar da Sociologia CrÃtica do CurrÃculo, a presente Tese de Doutorado apresenta-se como processo e produto de pesquisa qualitativa realizada na literatura e no campo, em documentos e entrevistas com dois professores de quatro diferentes disciplinas curriculares, EducaÃÃo FÃsica, Arte, LÃngua Portuguesa e MatemÃtica, os quais pertenciam a Escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife. Vimos que as disciplinas escolares aqui investigadas vivem, em suas particularidades, um processo contÃnuo e contraditÃrio por legitimaÃÃo pedagÃgica, em torno da isonomia curricular. Na generalidade do currÃculo, percebemos os elementos que orientam diferentes disciplinas no cumprimento e conquista das atribuiÃÃes e possibilidades pedagÃgicas. Na totalidade curricular, constatamos que elas se estabelecem em meio a relaÃÃes de tensÃes recÃprocas, buscando reconhecimento e se fazendo reconhecer frente aos sujeitos e instÃncias pedagÃgicos da polÃtica curricular. Foi nesse processo que observamos a existÃncia de mais ambigÃidades, dÃvidas e conflitos do que certezas na constituiÃÃo dos saberes escolares, tanto nas disciplinas entendidas como secundÃrias, como EducaÃÃo FÃsica e Arte, como nas disciplinas consideradas de maior prestÃgio, como LÃngua Portuguesa e MatemÃtica. As ambigÃidades, dÃvidas e conflitos dizem respeito à estruturaÃÃo do currÃculo escolar da educaÃÃo bÃsica. O currÃculo, entÃo, à tanto objeto de apropriaÃÃo e assimilaÃÃo privada e individual, social e coletiva do conhecimento acumulado na histÃria da humanidade quanto expressÃo da forÃa de trabalho, do carÃter produtivo dessa humanidade. Sendo assim, à necessÃrio superarmos, cada vez mais, os currÃculos prescritivos normativo-racionalistas, e construirmos um currÃculo emancipatÃrio, que reconhece, propicia e solicita o potencial produtor dos sujeitos educacionais. à urgente procurarmos e viabilizarmos os caminhos e as condiÃÃes para a materializaÃÃo de currÃculos crÃticos, dinÃmico-dialÃgicos e de abordagem sociolÃgica da cultura escolar

ASSUNTO(S)

saberes escolares currÃculo escola disciplinas curriculares educacao cultura escolar

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