UMA BATALHA SIMBÓLICA: memória da retirada da Laguna no contexto de profissionalização do Exército Brasileiro (1906-1930)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O Exército Brasileiro nascido com a independência, herdou de seu predecessor, o Exército Português, suas formas de relação entre seus integrantes e deles com a sociedade brasileira. Essa forma de relacionamento persistiu durante todo o período imperial só alterando alguma coisa durante a guerra contra o Paraguai, quando esse exército assumiu proporções nacionais e passou a exigir uma maior participação na política brasileira. Com a advento da República, os militares se envolveram profundamente nas intrigas do poder, tornando-se mais uma agremiação política do que propriamente uma força armada. A guerra moderna, criou a necessidade de profissionalizar o exército e seus comandantes, mas exigia, em primeiro lugar, o afastamento dos militares da vida política nacional e a dedicação integral ao preparo militar. Para chegar a esse ponto é que o Exército Brasileiro iniciou, no início do século XX, um processo de identificação de seus integrantes com alguns heróis do passado, entre eles os integrantes das ações realizadas no sul do antigo estado de Mato Grosso por ocasião da guerra contra o Paraguai, episódio que ficou conhecido como a retirada da Laguna. Nesse trabalho procura-se analisar três obras escritas na década de 1920 por autores militares sobre a retirada da Laguna, ou ligados ao Exército. Questões como o lugar dos autores no jogo de poder, bem como as finalidades com as quais as obras foram produzidas apontam para uma disputa interna; uma batalha simbólica.

ASSUNTO(S)

exército brasileiro 1906-1930 guerra do paraguai 1864-1870 historia moderna e contemporanea

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