Tessituras poéticas da corporeidade na formação humana do educador infantil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/08/2011

RESUMO

Este estudo tem como foco a formação humana do educador infantil. Apresenta como objetivo geral analisar e descrever como a vivência de um ateliê corpográfico cria condições para a ressignificação da corporeidade do educador infantil, estabelecendo a seguinte questão para investigação: Quais as implicações da vivência do ateliê corpográfico na vida dos educadores infantis? A pesquisa foi desenvolvida de acordo com a abordagem qualitativa, seguindo os princípios da pesquisa-ação, e também está vinculada as histórias de vida. Para desvelar a beleza e a complexidade do processo poiético de formação humana, utiliza-se a metáfora da colcha de retalhos, como operador cognitivo, ancorada nos princípios da Corporeidade (BACOR-UFRN) que congregam a Teoria da Complexidade (MORIN, 2005), a Teoria Autopoiética (MATURANA; VARELA, 2001), a Teoria do Fluxo (CSIKSZENTMIHALYI, 1999), as abordagens da transdisciplinaridade (LA TORRE; MORAES, 2008), e da autobiografia (JOSSO, 2004; PINEAU, 2003; PASSEGGI, 2000) as quais se entrecruzam com a concepção de educação como prática da autonomia, da liberdade, da esperança e do encantamento (FREIRE, 1996, 1992; ASSMANN, 1995). O cenário em que se desenvolveu a pesquisa foi a Unidade Educacional Infantil (UEI),uma creche que atende filhos dos funcionários da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Participaram da investigação 13 docentes infantis, incluindo professoras efetivas, substitutas e bolsistas. Com elas, foi desenvolvido um ateliê corpográfico, no qual realizamos 10 vivências corpográficas, do segundo semestre de 2007 até o segundo semestre de 2008. Durante essas vivências foi evidenciada a reflexividade autobiográfica, a ludicidade, a criatividade, a sensibilidade e a reflexividade vivencial. Os instrumentos utilizados para a construção dos dados foram a observação participante, as próprias vivências, o portfólio, e o sandplay (técnica do Jogo de Areia) e o registro fotográfico. A análise mostrou que vivenciar a formação humana a partir dos princípios da corporeidade implica uma caminhada para si mesmo, em que emergem as experiências que nos constituíram como seres existenciais. Ao final da pesquisa, foi possível observar as repercussões na vida profissional e pessoal dessas docentes que, assim como eu pensava, possuíam uma luz interior que precisava ser redescoberta. Ao vivenciarem as tessituras, as docentes se mostraram implicadas, experienciando momentos de brincadeira, criação, fruição, afeto e de ação reflexiva, durante os quais se revelou a essência humana escondida, abrindo-se possibilidades para o sentir da humanescência. Por fim, foram revelados corpos brincantes de sabedoria e beleza, que, no encontro consigo mesmos e com o outro, puderam ser poieticamente corpografados.

ASSUNTO(S)

educação corporeidade formação humana humanescência. educacao education corporéité formation humaine humanisation intérieure.

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