Terras sem mal: a histÃria e a ficÃÃo como promessas de futuro

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Nosso trabalho busca enfocar a diversidade de duas escrituras de fronteiras altamente vulnerÃveis: a histÃria e a ficÃÃo. Na construÃÃo dessas escrituras percebemos que a memÃria e o esquecimento sÃo bases limÃtrofes, fundando tantas vezes a plurissignificaÃÃo de ambas. Na tentativa de percorrer as fronteiras dessas escrituras fazemos uma divisÃo didÃtica com um intuito laboratorial de separar dois corpos para anÃlise colocando a teoria (a histÃria) como componente do esquecimento e a ficÃÃo (representada por romances lanÃados a partir da dÃcada de 1990) como pertencendo à memÃria. Argumentamos com essa divisÃo que o discurso histÃrico pode se apresentar inverÃdico por atender interesses de determinados grupos, enquanto que o discurso de ficÃÃo estaria livre deste propÃsito pela natureza âgratuitaâ da obra de arte. Sabemos que essa gratuidade à relativa, o que sà comprova que nÃo à tÃo simples estabelecer divisÃes entre esses discursos. No aprofundamento do estudo fazemos uma crÃtica Ãs teorias que versam sobre o fim da histÃria bem como sobre a morte do romance com um debate que envolve historiadores e romancistas e para tal fazemos uso tanto das teorias sobre a histÃria (abrindo debate tambÃm com teÃricos da pÃs-modernidade) assim como da ficÃÃo (com romances que usam e abusam da intertextualidade, que utilizam documentos histÃricos ou textos das manchetes do cotidiano). Afirmamos que o discurso histÃrico e o discurso ficcional sÃo discursos dinÃmicos e por isso mesmo problematizadores da realidade. A partir desse entendimento tentamos convencer que ambos os discursos sÃo reveladores do real da realidade. Ou seja, a realidade se apresenta eivada de significados, o que acaba fazendo desses discursos produtores de uma memÃria viva. A memÃria viva à traduÃÃo da polifonia inerente a ambos discursos, ou seja, ela à construÃda do diÃlogo constante entre seus intertextos e o leitor. Evidentemente fazemos crÃticas ao discurso histÃrico que sob regimes autoritÃrios submete a realidade a uma triagem. Tomando tais regimes como exemplo do apagamento da memÃria colocamos o discurso histÃrico e o discurso literÃrio como produtores de promessas futuras. Ou seja, a reconstruÃÃo do passado à necessÃria para a compreensÃo do presente e a consolidaÃÃo de um paÃs e de uma literatura possÃvel

ASSUNTO(S)

ficÃÃo teoria literaria memÃria teoria histÃria

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