Segurança alimentar e nutricional de familias do municipio de Campinas / Food and nutritional security for families of the municipality of Campinas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

A segurança alimentar e nutricional é um marco dentro da política de alimentação e nutrição no Brasil, alcançando nos últimos anos espaço importante no planejamento de medidas de intervenção. O consumo alimentar é considerado como uma das metodologias indiretas usadas para diagnosticar o estado nutricional de uma população. A relação entre dieta e seus efeitos na saúde humana é importante por permitir traçar um perfil epidemiológico que explique a relação entre causa e efeito dos diferentes distúrbios alimentares decorrentes de carências ou excessos nutricionais. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a situação de segurança alimentar e nutricional das famílias no município de Campinas (SP) considerando o consumo protéico e calórico e a relação entre adequação energética e o consumo de vitamina A, ferro e cálcio, visando também examinar o contexto socioeconômico e político relacionado à época histórica do estudo. Iniciou-se a pesquisa pela revisão bibliográfica sobre o estado de bem-estar social e sobre as políticas de alimentação, com um breve histórico. Foram utilizados os dados gerados pelo Estudo Multicêntrico de Consumo Alimentar, estudo do tipo transversal, realizado em outubro de 1996. A amostra foi composta por 899 famílias com 3648 membros para verificar o consumo de energia e proteína. Para o consumo dos micronutrientes a amostra constou de 672 famílias diagnosticadas como tendo consumo adequado de energia. Para o tratamento dos dados utilizou-se análise estatística descritiva para as variáveis relacionadas à caracterização das famílias e de seu consumo alimentar. Salienta-se que, após a introdução do Plano Real, houve imediata melhora no acesso aos alimentos em decorrência do aumento da renda da população. No caso do município de Campinas, as famílias com mais de quatro membros e com renda per capita até dois salários mínimos tiveram menor consumo energético ao passo que apresentaram menor consumo protéico as famílias chefiadas por mulheres e também as chefiadas por jovens. Foi encontrada, para todos os micronutrientes estudados, alta prevalência do baixo consumo desses em relação à densidade nutricional. Políticas públicas que consideram a composição familiar parecem representar uma boa opção na definição da vulnerabilidade e insegurança alimentar e nutricional a que estão expostas as famílias. É necessário considerar ainda que o consumo adequado de energia não garante níveis seguros para o estado nutricional de uma população e que a preocupação em saciar hoje a fome de energia poderá significar amanhã um quadro crônico de carências nutricionais ao lado dos excessos energéticos

ASSUNTO(S)

alimentos - consumo bem-estar social nutrição food politica alimentar food policy welfare

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