Qual seria a estatina mais indicada e compatível com os recursos do setor público (SUS), a ser empregada em pacientes com glicemia aumentada?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

O tratamento da dislipidemia em pessoas com diabetes mellitus (DM), tanto como de outras pessoas, começa com a avaliação e identificação das causas secundárias que podem contribuir para a alteração do perfil lipídico. Modificação do estilo de vida, incluindo aumento da prática de atividade física e mudanças de hábitos alimentares, é o primeiro passo do tratamento.

Muitas pessoas com DM possuem sobrepeso ou estão obesas e terão benefício da restrição calórica. Apesar de todas estas mudanças, muitos pacientes continuam com alteração no perfil lipídico e necessitarão de tratamento farmacológico.

Muitas classes de agentes farmacológicos podem ser utilizadas para tratar dislipidemias. No entanto, existem mais estudos que mostram a segurança e a efetividade do uso das estatinas.

As estatinas induzem a redução do colesterol para valores que diminuem o risco cardiovascular, sendo em prevenção primária ou secundária.

A abundância de experiência clínica em tratamentos com estatinas levam estes medicamentos a serem os principais em tratamento de pacientes diabéticos. Algumas pesquisas também utilizam os fibratos e o ácido nicotínico como tratamento da prevenção de eventos relacionados a doenças cardiovasculares neste pacientes.

Dentre as estatinas, não existe contraindicação para nenhum tipo. Todas são apropriadas para tratamento de dislipidemia nos pacientes diabéticos. Como colocado na questão anterior, a relação custo-benefício dependerá muito do gestor e das negociações de compra e venda.

Se no seu município existe sinvastatina na lista de medicamentos básicos fornecidos, esta pode tranquilamente ser prescrita.

Existe um estudo publicado na Cochrane, realizado no Canadá, onde se compara o custo-efetividade de dois medicamentos para reduzir os níveis de colesterol (principalmente LDL-C): a atorvastatina (10 a 80 mg/dia) e a sinvastatina (10 a 80 mg/dia).

Os autores encontraram um desfecho melhor nos pacientes tratados com atorvastatina, além dos pacientes tratados com sinvastatina terem apresentado um custo extra em relação aos outros.

Já o estudo STELLAR, realizado nos EUA, analisou o custo-efetividade da rosuvastatina no tratamento da dislipidemia na prevenção secundária, quando comparado com atorvastatina, pravastatina e sinvastatina. Os autores concluem que a rosuvastatina mostrou superioridade no estudo STELLAR, com vantagens econômicas quando comparadas com as outras estatinas (atorvastatina, pravastatina e sinvastatina).

No entanto, este estudo sofreu algumas adaptações para análise dos custos, que podem ter causado vieses nos resultados.

Pode-se perceber, portanto, que existem divergências na literatura. É necessário que mais estudos sejam realizados.

ASSUNTO(S)

processo de trabalho na aps médico t89 diabetes insulinodependente diabetes mellitus dislipidemias hidroximetilglutaril coa redutases d - opinião desprovida de avaliação crítica/baseada em consensos/estudos fisiológicos/modelos animais

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