Qual pomada/cobertura seria indicada para desbridamento autolítico ou enzimático de lesões com tecido desvitalizado?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde NUTES PE
FONTE
Núcleo de Telessaúde NUTES PE
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
O desbridamento autolítico tem como fatores terapêuticos a hidratação do leito da ferida, fibrinólise e consequente ação de enzimas endógenas sobre o esfacelo/tecido desvitalizado
. Auxiliam no desbridamento autolítico: hidrogel, alginato de cálcio, hidrocolóide e até filmes transparentes. O hidrogel é, na prática, o produto mais utilizado com bons resultados. O Alginato em fita ou placa é mais indicado quando se deseja controlar o exsudato.
O desbridamento enzimático atua com a ação da enzima (mais comuns a Colagenase clostridiopeptidase, bromalina e papaína) quebrando as fibras de colágeno que unem o tecido necrosado ou esfacelado ao leito da ferida
. A base de colagenase é a mais utilizada com bons resultados. Para aplicação de pomadas enzimáticas é importante alguns cuidados:
– O tecido precisa estar úmido ou com exsudação leve a moderada para que a enzima atue
;
– Não podem ser associados com produtos que contenham prata na composição porque a prata inativa a ação da enzima
;
– Suspender uso quando o desbridamento é conseguido e o tecido de granulação esteja bem definido. A partir desse ponto, associar ao desbridamento autolítico
;
– A colagenase é irritante para a pele saudável ao redor da ferida, por isso é importante o cuidado com uma fina camada de pomada no tecido desvitalizado e cuidado para não extravasar a área ou aplicar produtos barreira na pele perilesional como forma de prevenção
.
A decisão para o desbridamento autolítico ou enzimático depende das características da ferida, quantidade e aspecto do exsudato e tolerabilidade do paciente. Na maior parte das vezes, as duas técnicas são bem toleradas
. Se o tecido desvitalizado não permite visualização do leito da ferida, é importante fazer pequenos cortes para que o produto penetre
.
Exsudato em excesso pode ser prejudicial à pele perilesional e exige utilização de coberturas para o controle deste (como alginato, espumas, produtos barreira, etc).
O aparecimento de febre e inflamação aumentada pode sugerir infecção sistêmica, devendo ser discutido com o médico a necessidade de iniciar o tratamento antibiótico sistêmico
.
ASSUNTO(S)
apoio ao tratamento enfermeiro s19 outra lesão cutânea desbridamento ferimentos e lesões pomadas
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