Processo de palatalização no português: Lagoa da Pedra e Canabrava-TO / Process palatalization in Portuguese: Lagoa da Pedra and Canabrava-TO

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Este estudo apresenta uma análise do processo de palatalização de /t/ e /d/ antes de vogais como [ã], [a], [e], [o] e [u] em exemplos como muitxu ~ muito, prefeitxu ~ prefeito, deitxadu ~ deitado, doidzu ~ doido, encontrado no corpus de Lagoa da Pedra e Canabrava, duas comunidades rurais afro-descendentes localizadas a 40 km da cidade de Arraias no Estado Tocantins. Os participantes da pesquisa têm idade entre 54 a 89 anos, não-escolarizados ou possuem pouco conhecimento das letras e são nascidas e criadas no local. A metodologia utilizada para coleta dos dados baseia-se no modelo da entrevista sociolinguística, direcionada para as narrativas de experiência pessoal e da história do lugar. O referencial teórico discute a formação da língua portuguesa retornando às suas origens no latim, bem como a formação da língua portuguesa brasileira dando destaque aos aspectos sócio-históricos e linguísticos que marcaram os primeiros anos da colonização portuguesa no Brasil como o contato com as línguas indígenas e africanas. Discute também as teorias acerca da estrutura silábica do português no âmbito da fonologia, conforme as modelos lineares e não-lineares, fundamentando-se nas idéias de Camara Jr. (1969, 1977), Dubois (2004) e Selkirk (1982), assim como, o sistema consonantal e vocálico e o processo de palatalização desde o latim até o português e a descrição desse processo no português atual com base nos modelos estruturalista, gerativista e autossegmental. Para a descrição dos dados levou-se em consideração os fatores internos à língua que poderiam favorecer ou desfavorecer o processo de palatalização de /t/ e /d/ tais como, o contexto fonológico seguinte, contexto fonológico precedente, posição da sílaba no vocábulo e a tonicidade. A análise dos dados foi dividida em duas partes, sendo a primeira a análise fonológica do processo de palatalização seguindo o modelo proposto pela teoria da Geometria de Traços, de acordo com Bisol e Hora (1993), Hora (1993), com base na proposta de Clements (1985). A segunda, fundamentada nos pressupostos da linguística histórica, no que diz respeito à variação, a preservação e a mudança linguística, analisa-se o processo numa dimensão histórico-evolutiva. Nessa perspectiva a fonética histórica é de fundamental importância para as discussões, (COUTINHO, 1976; ELIA, 1979; BUENO, 1958)

ASSUNTO(S)

letras portuguese language, historical linguistics, language change, palatalization língua portuguesa, linguística histórica, mudança linguística, palatalização

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