Pós-colheita de cultivares tardias de pêssegos submetidas ao condicionamento térmico

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido com o propósito de avaliar a eficiência do condicionamento térmico, durante o armazenamento refrigerado, quanto a manifestação de danos fisiológicos em pêssegos de cultivares tardias. O trabalho foi realizado em duas safras (2002/03 e 2003/2004), utilizando pêssegos de polpas amareladas (Maciel, Flordagrande e Peach) e de polpas brancas (Chimarrita, Marli e Chiripá). Os frutos, colhidos fisiologicamente maturos, foram adquiridos em propriedade agrícola localizada no município de Arroio dos Ratos/RS. Na preparação dos tratamentos, os frutos foram expostos a temperatura de 20ºC e 75 ± 3% de U.R., em B.O.D., durante 0, 24 e 48 horas. Após, os frutos foram acondicionados em câmara frigorífica a 0 ± 0,5ºC e 92 ± 3% de U.R., por 28 dias. Os frutos foram avaliados quanto a firmeza de polpa, perda de massa fresca, rendimento de suco, curva da quantidade de suco versus firmeza de polpa, sólidos solúveis, acidez titulável e teor de fenóis, presença de podridões e atividade das enzimas polifenoloxidase, poligacturonase e pectinametilesterase. As análises, executadas de quatro a seis horas após a retirada dos frutos do armazenamento refrigerado, foram realizadas no momento da colheita (dia um), após um dia do tratamento térmico e, aos sete, 14, 21 e 28 dias, analisando também dois dias após os mesmos (simulação de comercialização, ou seja, 7+2, 14+2, 21+2 e 28+2 dias). Ao final, verificou-se que os pêssegos de polpa amarelada não apresentaram qualquer sintoma fisiopático. Os frutos de polpa branca, não submetidos ao condicionamento térmico, desenvolveram lanosidade e/ou retenção de firmeza, e o escurecimento da polpa. Observou-se que o condicionamento térmico por 48 horas proporcionou avanço excessivo no estádio de amadurecimento dos frutos. O comportamento enzimático demostrou que os pêssegos de polpa amarelada apresentaram diminuição da atividade da enzima pectinametilesterase e gradativo aumento na atividade da enzima poligalacturonas. Nos pêssegos condicionados de polpa branca, a poligalacturonase manteve a atividade elevada em relação a atividade da pectinametilesterase. Entretanto, nas testemunhas das cultivares de polpa branca, exeto na cultivar Chiripá, a enzima pectinametilesterase manteve-se superior a atividade da enzima poligalacturonase, desencadeando assim, o desenvolvimento da lanosidade. Os frutos da cultivar Chiripá, apesar de apresentarem elevada atividade da pectinametilesterase, quase não apresentaram atividade da poligalacturonase. Nesses frutos, a firmeza de polpa também manteve-se acima de 30 Newtons e a perda de massa fresca foi maior do que as demais cultivares de polpa branca. Nos frutos que apresentaram escurecimento da polpa, a atividade da polifenoloxidase e o conteúdo de fenóis foram maiores que nos frutos normais, comprovando a relação desses compostos na manifestação dessa desordem fisiológica. Nas análises de sólidos solúveis e acidez titulável, os resultados comprovaram que os frutos de polpa branca submetidos ao condicionamento térmico por 24 horas, apresentaram-se em estádio menos avançado de amadurecimento que os demais. Portanto, o condicionamento térmico a 20ºC, durante 24 horas, antes do armazenamento refrigerado, pode ser utilizado no controle dos distúrbios fisiológicos em pêssegos tardios de polpa branca, sem afetar a qualidade desses frutos. Nos pêssegos de polpa amarelada, o benefício do condicionamento não foi observado.

ASSUNTO(S)

pêssego - armazenamento pêssego - conservação peach - postharvest physiology peach - storage peach - conservation pêssego - fisiologia pós-colheita

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