Parâmetros reticulocitários nas hemoglobinopatias e na anemia ferropriva
AUTOR(ES)
Cortellazzi, Laura C., Teixeira, Sara M., Borba, Ronaldo, Gervásio, Sirlei, Cintra, Carmem S., Grotto, Helena Z. W.
FONTE
Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003-06
RESUMO
A avaliação de reticulócitos por citometria de fluxo permite que seja analisado o grau de maturidade dessas células. Novos parâmetros reticulocitários têm sido usados no diagnóstico e acompanhamento de anemias, na avaliação de pacientes submetidos a transplante de medula óssea e no monitoramento de reposição terapêutica com ferro ou eritropoietina. O número e grau de maturação dos reticulócitos têm sido estudados em diferentes tipos de anemia e os resultados têm sido relacionados com o grau de eritropoiese ineficaz que pode acompanhar essas anemias. Com os objetivos de verificar as possíveis diferenças nos parâmetros reticulocitários em diversos tipos de anemia e de testar o valor do número absoluto de reticulócitos imaturos como discriminante entre as anemias, estudamos amostras de sangue de 219 indivíduos, sendo: 62 com anemia falciforme (SS), 9 heterozigotos para hemoglobina S (AS), 7 com Sbeta talassemia, 11 com hemoglobinopatia SC, 33 com beta talassemia heterozigótica e 47 com anemia ferropriva, comparando-os com 50 amostras de indivíduos sem anemia. O índice médio de fluoresecência (MFI) foi definido como representativo do grau de imaturidade dos reticulócitos e foi avaliado em números percentuais e absolutos. As contagens de reticulócitos e os valores de MFI foram significativamente mais elevados nos pacientes com anemia falciforme, Sbeta talassemia e doença SC quando comparados aos controles, mas não diferiram entre os três grupos de anemia. Pacientes com traço falciforme, anemia ferropriva e beta talassemia heterozigótica mostraram valores de parâmetros reticulocitários semelhantes ao grupo controle. Não houve diferença em nenhum parâmetro entre os grupos com anemia ferropriva e b talassemia heterozigótica. O número absoluto de MFI foi significativamente superior nas anemias que cursam com processo hemolítico, embora isso não tenha sido evidenciado nos valores de MFI em porcentagem. Nossos resultados mostraram que a expansão eritróide nas doenças falciformes SS, SC e Sbeta talassemia levam a uma maior liberação de reticulócitos imaturos pela medula óssea e que tal fenômeno torna-se mais evidente através da contagem absoluta de MFI do que pelos valores percentuais. Concluímos que a avaliação da maturidade dos reticulócitos fornece dados interessantes sobre a fisiopatologia e a resposta eritróide medular em diferentes tipos de anemias.
ASSUNTO(S)
reticulócitos doenças falciformes anemia
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