Oxidative stress bimarkers and metabolic syndrome in healthy young adults / Biomarcadores do estresse oxidativo e determinantes da síndrome metabólica em adultos jovens saudáveis

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/02/2010

RESUMO

Os biomarcadores oxidativos desempenham importante papel na gênese de processos relacionados à síndrome metabólica. O estudo se propôs a investigar, em indivíduos jovens e saudáveis, os biomarcadores do estresse oxidativo: concentrações plasmáticas de lipoproteína de baixa densidade oxidada (LDLox), capacidade antioxidante total do plasma (CAT) e atividade eritrocitária da glutationa peroxidase (GPx) e suas possíveis associações com os parâmetros antropométricos, de composição corporal, clínicos, bioquímicos e dietéticos, relacionados à síndrome metabólica. O presente estudo avaliou 160 indivíduos jovens e saudáveis, com idade entre 18 e 35 anos. Os parâmetros antropométricos e de composição corporal foram aferidos mediante técnicas previamente padronizadas e descritas na literatura. Utilizou-se esfigmomanômetro mecânico de coluna de mercúrio para a aferição da pressão arterial. Após jejum de 12 horas, mediante punção venosa, foram coletadas amostras de sangue para proceder às análises dos parâmetros bioquímicos e biomarcadores do estresse oxidativo. As amostras (soro, plasma e eritrócitos) foram acondicionadas a -80C até o momento do ensaio. As concentrações séricas de glicose, colesterol total, lipoproteína de alta densidade (HDL-c), triacilgliceróis, ácido úrico e ceruloplasmina foram analisadas por ensaios colorimétricos ou turbidimétricos. As concentrações plasmáticas de insulina e LDLox foram analisadas por ensaio imunoenzimático (ELISA), a CAT do plasma por ensaio colorimétrico e a atividade eritrocitária da GPx por ensaio de cinética enzimática. As concentrações de selênio, cobre e zinco foram aferidas em amostras de unhas, mediante espectrofotometria de absorção atômica. A ingestão dietética diária foi avaliada mediante aplicação de registro alimentar de 72 horas, referente a três dias não consecutivos. As comparações entre grupos, categorizados pela mediana da distribuição dos biomarcadores do estresse oxidativo, foram feitas mediante os testes de Mann-Whitney-U ou Student-t, de acordo com a distribuição das variáveis. Foi utilizada a correlação de Spearman para rastrear a associação entre os biomarcadores do estresse oxidativo e as demais variáveis estudadas. Modelos de regressão linear foram utilizados para identificar os fatores preditivos dos biomarcadores oxidativos. A análise de regressão logística foi realizada para a associação dos componentes da síndrome metabólica com as concentrações plasmáticas da LDLox. Os resultados foram apresentados como média DP. O intervalo de confiança de 95% foi utilizado para descrever os valores do coeficiente de regressão linear (β) e o de regressão logística, odds ratio (OR). Foi considerado o nível de significância estatística de P<0,05. Em indivíduos saudáveis e normolipidêmicos, as frações lipídicas (CT, LDL-c e CT/HDL-c), os níveis séricos de ácido úrico e a atividade eritrocitária da GPx tiveram efeitos predititivos positivos sobre as concentrações da LDLox. O melhor estado nutricional de selênio, marcado pela concentração deste mineral nas unhas, esteve associado à diminuição da concentração plasmática da LDLox. Os indivíduos que se posicionaram no maior quartil (≥ 91,81 U/L) da distribuição dos níveis circulantes da LDLox, quando comparados àqueles no menor quartil (<52,62 U/L), demonstraram aumento de 240% (OR = 3,40; IC 95% = 1,15 a 9,96; P = 0,03) nas chances de apresentar concentrações séricas aumentadas de triacilgliceróis. Indivíduos com maiores níveis circulantes de LDLox (>69,36 U/L) demonstraram maiores valores de índice de massa corporal. O percentual de gordura troncular (r = 0,16; P = 0,043), a ingestão dietética diária de colesterol (r = 0,17; P = 0,045), a concentração sérica de triacilgliceróis (r = 0,13; P = 0,013), os níveis de pressão arterial sistólica (r = 0,17; P = 0,027) e a concentração de cobre nas unhas (r = -0,17; P=0,046) se correlacionaram significativamente às concentrações da LDLox. O nível de ingestão calórica foi o primeiro fator a atuar na modulação da CAT do plasma, antes mesmo de se estabelecer desvios antropométricos ou metabólicos, sendo a ingestão diária de calorias (kcal/kg de peso) e carboidrato (g/kg de peso), preditores negativos da CAT do plasma. Indivíduos cujos valores da CAT do plasma estavam acima da mediana (>1,60 mM) demonstraram maiores níveis séricos de LDL-c, maior relação colesterol total/fração HDL-c e maior concentração de selênio nas unhas. Condições oxidantes tais como, a concentração plasmática de LDLox e o % gordura troncular, tiveram efeito preditivo sobre o aumento da atividade eritrocitária da GPx. Indivíduos com maior atividade enzimática da GPx (>522,63 nmol/[ml/min]) demonstraram maiores valores de idade, ingestão diária de vitamina C e por outro lado, menores concentrações dos minerais selênio e cobre nas unhas. A dosagem de selênio nas unhas, apesar de ser uma alternativa interessante para a avaliação do estado nutricional deste mineral, não foi capaz de refletir o aumento da atividade eritrocitária da GPx. Mesmo em indivíduos jovens e saudáveis, biomardores do estresse oxidativo; concentrações plasmáticas da LDLox, CAT do plasma e atividade eritrocitária GPx, já se mostraram associados a determinantes da síndrome metabólica.

ASSUNTO(S)

ciencia de alimentos estresse oxidativo obesidade síndrome metabólica oxidative stress obesity metabolic syndrome

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