O processo de significação da experiência museal : um estudo sobre o contexto pessoal de professores de ciências

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Diversos pesquisadores vêm estudando os resultados cognitivos e afetivos das experiências de visitas de grupos escolares aos museus de ciências, assim como os fatores que ampliam a experiência de aprendizagem nestes espaços de educação não-formal. No entanto, poucas investigações têm analisado o papel do professor na iniciativa de realização de uma visita ao museu com seu grupo de alunos. Este trabalho se propõe a investigar as percepções dos professores que visitam o MCT-PUCRS com seus alunos, sob a ótica do processo de construção de significados da experiência museal, dentro do contexto pessoal do professor, analisando suas expectativas, motivações, estratégias e conexões pretendidas entre a visita ao museu e o ensino de ciências na escola. A pesquisa foi orientada por uma abordagem quantitativa e qualitativa, com entrevistas feitas com os professores visitantes. Os discursos foram analisados utilizando a análise discursiva textual. Os resultados mostram que os professores, em sua maioria, freqüentam o museu anualmente e suas primeiras experiências de visita remetem a memórias de sua adolescência, como alunos da educação básica ou superior, sempre marcadas por emoções positivas e pelo encantamento. Os professores revelam motivações intrínsecas para a visita, como a ampliação de conhecimentos e uma formação continuada, assim como justificativas ligadas ao crescimento e aprendizagem dos alunos. Motivações extrínsecas, como atividades planejadas pela escola são utilizadas por uma minoria. As expectativas dos professores estão diretamente relacionadas às suas motivações, incluindo modificações em sua prática docente. O prazer e diversão esperados na visita não estão desvinculados da aprendizagem, assim como a ampliação do interesse e a curiosidade dos alunos em ciências e a complementação de conteúdos. Sobre as práticas de visitas dos professores e suas perspectivas de relação com o ensino formal, encontra-se uma grande diversidade de opções de escolha e controle das atividades dos alunos, que revelam diferentes concepções de aprendizagem. As atividades planejadas no retorno às escolas, relacionadas à visitação, incluem relatos orais e escritos e organização de mostras ou feiras de ciências. Todos esses mecanismos de avaliação pós-visita mostram uma preocupação com a preservação e contextualização da experiência museal em outros contextos, como na escola. Os resultados da pesquisa mostram que o Modelo Contextual de Aprendizagem, de Falk e Dierking (2000), apresenta-se como uma base teórica útil na organização e análise das investigações sobre a aprendizagem em espaços de educação não formal.

ASSUNTO(S)

educaÇÃo ciÊncias - ensino professores - formaÇÃo profissional museu de ciÊncias - rio grande do sul aprendizagem educacao

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