O engenho segundo Vico

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Vico criticou a racionalidade de seu tempo e propôs outra como alternativa: a chave para essa questão é o conceito de engenho. Em seu programa pedagógico, Vico aspirava a uma síntese entre ciência, prudência e eloqüência, e sugeriu que isso seria possível aguçando-se o engenho dos jovens. Vico não é um irracionalista. Sua noção de razão tem raízes humanistas. Ele pretendeu superar a razão cartesiana, reafirmando a tópica, a inventio e a fantasia, para coroar o engenho com o estatuto de faculdade certa do conhecer. Isso permitia-lhe aprofundar-se no estudo das humanidades. Vico condenou o caráter monástico e solitário das filosofias da virada da século XVII para o XVIII, e alertou para o mal do "egoísmo racional" que acometia a sociedade de sua época. Vico não é um pensador solitário. Antes de vê-lo como um precursor ou conservador, é melhor situá-Io em seu próprio tempo, respondendo às últimas novas da república das letras de então. O empenho de contribuição que Vico enfatizou em suas preleções foi posto em prática no contexto da célebre Querela entre Antigos e Modernos, mais especificamente acerca da questão do status de Homero - um problema que solicitou, entre outras coisas, o engenho de Vico. Os quatro aspectos do engenho, a agudeza, a inventividade, a prudência cidadã e a presença histórica, lançam luz sobre a racionalidade pensada por Vico

ASSUNTO(S)

inteligencia retorica humanismo educação - filosofia

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