O discurso de cuidadoras sobre o paralisado cerebral institucionalizado: reflexões sobre identidade

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo conhecer a concepção que cuidadoras de uma Instituição (as responsáveis pelos cuidados diários de crianças e adolescentes institucionalizados com paralisia cerebral de grau severo) têm dessas pessoas e da paralisia cerebral, para refletir sobre a possível implicação dessa concepção na formação da identidade desses paralisados cerebrais. Com este intuito, foram entrevistadas nove cuidadoras de uma Instituição. As entrevistas foram transcritas e analisadas, a partir do procedimento de categorização de conteúdos, de acordo com BARDIN (1994). Os resultados, de forma sintética, revelam que os paralisados cerebrais são concebidos como seres aprisionados e estáticos, sem liberdade de movimento, totalmente dependentes, eternamente crianças que se comunicam, embora com dificuldade, e podem compreender parcialmente o outro. Por um lado, são vistos como seres aparentemente neutros e inertes, por outro, como seres possuidores de subjetividade e sentimentos como o de birra, de amor, de raiva, de revolta, apresentando potencial de desenvolvimento variável. As imagens que as cuidadoras têm deles são tanto mais favoráveis quanto maior é o seu potencial de comunicação. As cuidadoras revelam que uma imagem inicial dos paralisados cerebrais como seres inertes, sem mentalidade, transforma-se, com o convívio, para o de seres cheios de subjetividade, afetividade e algum potencial de desenvolvimento

ASSUNTO(S)

identidade cuidadores fonoaudiologia

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