Mapeamento genético de locos de resistência a Magnaporthe grisea em linhagens puras recombinantes de arroz (Oryza sativa L.)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O fungo Magnaporthe grisea é o agente causal da brusone, a doença de maior importância da cultura do arroz. A identificação e utilização de genes de resistência à brusone tem se mostrado a maneira mais efetiva e econômica de controlar a doença. A busca de resistência durável ao patógeno depende do conhecimento detalhado do processo de interação patógenohospedeiro. A localização de genes de resistência no genoma de arroz e o desenvolvimento de estratégias de emprego de genes de resistência completa e/ou parcial no melhoramento genético é parte importante do desenvolvimento de variedades melhoradas. Isto é particularmente relevante no melhoramento de arroz de sequeiro, onde o impacto da doença é significativo, por vezes causando a perda total da produção. A identificação e localização no genoma de genes de resistência à brusone na interação entre isolados de M. grisea coletados no Brasil e variedades de arroz é ainda inédita. Nenhum gene de resistência a isolados específicos do patógeno coletados no Brasil foi mapeado no genoma de arroz até o momento. O objetivo deste trabalho foi identificar regiões do genoma de arroz associadas ao controle de resistência à brusone utilizando isolados do patógeno coletados na região Central do Brasil e variedades tradicionais de arroz do Banco de Germoplasma da Embrapa. Para isto, uma população de linhagens puras recombinantes (RILs Recombinant Inbred Lines) derivadas do cruzamento entre as variedades Chorinho (variedade tradicional - resistente) e Amaroo (variedade comercial - suscetível) foi utilizada para mapear locos de resistência ao isolado P33 (raça fisiológica ID-10), coletado em Formoso do Araguaia, TO. A fenotipagem de resistência à doença na população segregante foi realizada em condições controladas de casa de vegetação. As plantas foram inoculadas com uma suspensão de conídios monospóricos (3x105 conídios/ml) e avaliadas com base em uma escala de notas (1 a 9) de fenótipo da interação patógeno-hospedeiro. A genotipagem da população segregante foi feita com 124 marcadores microssatélites (SSR) distribuídos no genoma de arroz, utilizando um seqüenciador automático ABI-3700. Foi construído um mapa genético dos 12 cromossomos de arroz, com 1240 cM e distância de recombinação média entre marcadores de 10,0 cM. A fenotipagem da população RILs e testes de ligação com os 124 locos microssatélites genotipados possibilitou a identificação de três locos no cromossomo 7 (RM7441, RM505 e RM234) e dois locos no cromossomo 8 (RM7285 e RM3153) significativamente associados ao controle de resistência ao isolado M. grisea P-33. O loco mapeado no cromossomo 7 foi provisoriamente denominado Pi-Ch1 e o mapeado no cromossomo 8, Pi-Ch2. Os alelos de resistência ao patógeno nas duas regiões genômicas foram doados pela variedade tradicional de arroz Chorinho. Marcadores microssatélites ligados a genes de resistência à brusone em outros cruzamentos e mapeados no presente estudo corroboram os resultados dos testes de ligação. Testes genéticos poderão identificar se os locos Pi-Ch1 e Pi-Ch2 são alélicos ou não a outros genes já relatados. O mapeamento de locos de resistência à brusone utilizando isolados coletados no Brasil Central, onde a quebra de resistência em variedades melhoradas ocorre em curto período após o lançamento, é um importante passo na compreensão dos mecanismos de resistência ao patógeno e para o desenvolvimento de estratégias de seleção para resistência durável à doença.

ASSUNTO(S)

microssatélites resistência durável magnaporthe grisea genetic mapping arroz ciências agrárias microsatellite durable resistance magnaporthe grisea mapeamento genético rroz - doenças e pragas; mapeamento cromossômico; brusone; repetições de microssatélites rice

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