Formas do trabalho docente em duas escolas especiais de surdos: estudos históricos e de representações sociais / Les formes du travail enseignant dans léducation des sourds: études historiques et de représentations sociales

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Esta tese apresenta uma perspectiva histórica e um conjunto de representações sociais das formas do trabalho docente em duas escolas especiais de alunos surdos: o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES/Rio de Janeiro-RJ) e a Unidade de Educação Especializada Professor Astério de Campos (UEESPAC/Belém-PA). O interesse primário que une a perspectiva histórica e o conjunto de representações sociais atuais são as formas do trabalho docente. A relevância desse interesse ocorre em função de se conhecer como se trabalhou e como se trabalha na educação de surdos para propor reflexões e reformulações às políticas normalizadoras que ainda ocorrem na educação das pessoas deficientes. Com base na teoria de representações sociais e nos pressupostos da pesquisa transdisciplinar, o problema de pesquisa é: por trás de uma (aparente) variabilidade inter-professoras e de um percurso histórico-conjuntural no modo de trabalhar, que representações sociais predominam na educação dos alunos surdos? O trabalho com os alunos surdos está orientado para a normalização ou para a disnormalização? Busca-se, especificamente, analisar no corpus pesquisado, as situações-problema e as soluções apresentadas pelas professoras, centrando-se no conteúdo a ser ensinado, nas metodologias, nos objetivos, nas formas de avaliação subjacente às práticas de sala de aula, nas duas escolas públicas especiais, a Federal, o INES, e a Estadual, a UEESPAC. E ainda, descrever algumas práticas docentes, reconstituindo este recorte histórico-educacional por meio de sinopses, na perspectiva de entender como se configurou e como se reconfigura na atualidade o ensino-aprendizagem na educação de surdos. Para tal, apresenta-se o percurso das formas do trabalho docente na educação de surdos de sete professoras de educação especial do ensino fundamental educação geral e educação de jovens e adultos. Alinha-se aos estudos socioculturais da deficiência e articula dois tipos de análise: historiográfica e de representações sociais. Em tais estudos, questionamse as perspectivas discursivas estabelecidas de normalidade e de anormalidade dos corpos, que fundamentam grande parte do que se diz, do que se faz, do que se quer com a educação de pessoas deficientes e particularmente de pessoas surdas. Aproxima-se da metodologia transdisciplinar de pesquisa por considerar as experiências relatadas das participantes, envolver problemas de pesquisas relevantes, convocar várias áreas do conhecimento, permitir feedback com as entrevistadas, acompanhar todo o processo de pesquisa, e também, discutir a responsabilidade social e os benefícios que esta trará aos professores e alunos surdos, e, por conseguinte, com a perspectiva de romper com mecanismos de normalidades e anormalidades que imperam nos discursos excludentes de sala de aula: generalizações ideológicas, invisibilizações e interdições. Os resultados indicam discursos capacitistas e normalizadores, mas também, já se constata afirmações e ações que no trabalho docente vão ser caracterizados de disnormalizadores.

ASSUNTO(S)

formas do trabalho docente anormalidades educacao especial (a)normalité les formes du travail enseignant représentations sociales trabalho docente representações sociais (a)normalidade

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