Estudos visando a sintese de esqueletos nor-sesquiterpenos espiro lactonicos : sinteses totais da (+-)- patilactona A e (+-)- desalonapalilactona (derivado não natural)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

Neste trabalho descreve-se a primeira síntese total da (±)-Patilactona A (30) e de um derivado não natural, a (±)-Desalonapalilactona (32). No âmbito do projeto de síntese de alguns produtos naturais marinhos desenvolvidos pelo nosso grupo de pesquisa abordamos uma estratégia sintética que nos permitiu acessar a esses esqueletos norsesquiterpenóides isolados de fonte marinha, no caso de 30, que possuem estruturas incomuns, densamente substituídos, contendo centros quaternários seqüenciais e um anel espiro g-butirolactônico. A síntese da (±)-Patilactona A (30) começou com a preparação da cetona a,b-insaturada 71, a partir do 2-metilcicloexanol (74). A adição 1,4 do dimetilcuprato de lítio na cetona a,b-insaturada 71 e a captura do enolato intermediário, com o brometo de alila forneceram os diastereoisômeros 75a e 75b, permitindo, também controlar a estereoquímica relativa desses isômeros, sendo que o isômero trans 75a, possui a estereoquímica correta, necessária à síntese dos nor-sesquiterpenos. A homologação dos três átomos de carbono, necessários para a construção do anel g-espirolactônico foi possível, a partir da adição de um organometálico devidamente funcionalizado 95, na cetona 75a. Esta reação permitiu a obtenção dos álcoois terciários a- e b-orientados 96a/b, cujas estereoquímicas relativas foram determinadas. A partir do álcool a-orientado 96b foi possível descrever a obtenção da (±)-Desalonapalilactona (32), em 15,4% de rendimento global. Os álcoois 96a/b foram utilizados para a síntese da (±)-Patilactona A (30), que através de uma seqüência direta de etapas forneceu a mistura de espiroéteres 120a/b. Estudos adicionais permitiram identificar 120a como o intermediário "chave" para a abordagem sintética proposta, já que este isômero possui todos os centros estereogênicos adequadamente controlados. Uma seqüência de oxidações nos permitiu acessar a Patilactona A (30), em 9 etapas, com rendimento global de 16,4%, a partir da 2-metilcicloexenona (71). A estereoquímica relativa da (±)-Patilactona A (30) foi confirmada por espectroscopia RMN H (experimentos de NOE) e por associação química, devido à formação do composto 129, que se formou através de uma ciclização intramolecular, na desproteção do grupamento TBS no composto 128, que teve como precursor, o espiroéter 120b. De fato, este resultado foi uma comprovação química indiscutível que nos permitiu definir que o epímero 120b tinha um arranjo estereoquímico invertido nos carbonos 1 e 6.

ASSUNTO(S)

corais sesquiterpenos

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