Contribuições da psicanálise para a educação : o grupo como sujeito da criação / Contributions from psychoanalysis to education : the group as the subject of creativity

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Em pleno século XXI cabe a nós educadores, pensadores da Educação, refletirmos sobre novas formas de investimento para a melhoria da qualidade do Ensino. Inúmeras contribuições de naturezas distintas poderiam ser relatadas a fim de contribuir para tal, mas o que proponho nessa investigação é o investimento no que é a essência do humano: o vínculo. Há tempos se sabe sobre a importância das relações interpessoais na constituição do sujeito, mas será que no dia-a-dia das instituições educacionais existe, de fato, um investimento efetivo nesse olhar para dentro de si e para o outro? A escola enquanto espaço público, de primazia coletiva, lida cotidianamente com os vínculos no grupo; o mesmo ocorre em tantos outros ambientes educativos, que propõem projetos sociais, artísticos e esportivos para milhares de crianças e jovens de nosso país. Quantos educadores tiveram a oportunidade de estabelecer um diálogo mais próximo com a psicologia e com a psicanálise durante sua formação? Que conhecimentos puderam construir a respeito dos funcionamentos grupais e das possibilidades de manejar os conflitos e resistências que emergem no grupo? Com referência nas idéias de três autores de base psicanalítica - S. Freud, D. W. Winnicott e R. Kaës - relato e analiso duas experiências vivenciadas em pequenos grupos pertencentes a duas instituições escolares de grande porte. Em A Cortina de Miçangas Musical, compartilho a experiência que vivi como professora, na Escola Vera Cruz. Em A Reabertura da Biblioteca, socializo a experiência vivida junto a um grupo de adolescentes, pais e funcionários da Escola Estadual Salvador Moya, como coordenadora do Projeto Abrace Seu Bairro. Que elementos no manejo grupal podem facilitar ou obstaculizar o nascimento de criações coletivas resultantes do encontro das intersubjetividades de seus integrantes? A reflexão - teórica, prática e sensível - é instrumento essencial para que os sons e os ruídos do grupo, possam ser transformados em música; para que o timbre de cada instrumento (indivíduo) possa aparecer sem encobrir o timbre do outro; para que os músicos dessa orquestra (grupo) possam tocar juntos, ora com melodias mais harmônicas, ora com novos padrões tonais. Reflexão esta: sobre os movimentos do educador, dos alunos e do grupo; sobre a maneira com que os vínculos são estabelecidos no coletivo; sobre os papéis e sobre as tarefas de cada um imerso nessa grupalidade; sobre a presença de uma relação horizontal ou hierarquizada entre seus integrantes; sobre o amadurecimento das relações; sobre a função continente que o grupo pode assumir; sobre a existência ou não do sentimento de pertencimento, enfim, sobre a possibilidade do educador construir um olhar clínico e uma escuta sensível-reflexiva, sobre o grupo, de forma que ele, o grupo, possa ser reconhecido como sujeito da criação.

ASSUNTO(S)

social ties teacher education creativity organizações winnicott donald woods 1896-1971 winnicott donald woods 1896-1971 criatividade freud sigmund 1856-1939 laço social grupos kaës rené 1936- subjectivity formação de professores subjetividade ambiente sócio-afetivo de desenvolvimento organizations social-affectionate development ambiance psychoanalysis and educastion psicanálise e educação freud sigmund 1856-1939 groups kaës rené 1936-

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