Avaliação do uso do ácido poli-l-láctico no tratamento da lipoatrofia facial associada à terapia antirretroviral em pacientes soropositivos para o vírus da imunodeficiência humana / Assessment of acid polilactic use in HIV lipoatrophy
AUTOR(ES)
Marcia Cristina Naomi Yoshioka
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
24/06/2009
RESUMO
Introdução: A lipodistrofia foi descrita em 1998, no contexto de diminuição da morbi-mortalidade dos pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana, após a instituição da terapia antirretroviral altamente ativa. A alteração do aspecto físico, principalmente a lipoatrofia, influenciou nos relacionamentos, predispondo à depressão e má adesão à medicação. O tratamento da lipoatrofia colabora com a melhora na qualidade de vida. Objetivos: Avaliar o uso do ácido poliláctico, preenchedor reabsorvível de durabilidade prolongada, indicado para a correção da lipoatrofia facial associada ao HIV e analisar os fatores relacionados à resposta a este preenchimento. Avaliar a utilidade do índice de lipoatrofia facial adaptado e a medida da prega cutânea da região malar. Casuística e Métodos: Foram estudados 61 pacientes, com diagnóstico de lipoatrofia moderada (n=24), grave (n=22) e muito grave (n=15). Foram utilizados como parâmetros de avaliação de gravidade e de melhora o índice de lipoatrofia facial adaptado e a medida da prega cutânea. Os pacientes receberam injeções de ácido poliláctico a cada quatro semanas, até obtenção da resposta clínica satisfatória e foram acompanhados até que houvesse necessidade de novo tratamento. Resultados: Os pacientes receberam em média 7,9 frascos de ácido poliláctico. O escore de avaliação de gravidade mudou de 11,9 para 4,2 e a medida da prega cutânea melhorou 105%. O tempo médio de duração do preenchimento foi 33,4 meses e o tempo máximo de duração foi de 58 meses. Não foram observados efeitos colaterais graves, nem a formação de nódulos ou pápulas. Discussão: Os pacientes foram acompanhados por até 58 meses após o final do preenchimento, que foi o tempo máximo de correção. Observamos melhores respostas naqueles que suspenderam a terapia antirretroviral altamente ativa ou apresentavam contagem mais alta de CD4+ no início do tratamento. Os pacientes com lipoatrofia muito grave ou com a pele fina responderam menos. O índice de lipoatrofia facial adaptado pode ser útil na comparação dos graus de gravidade no pré e pós-tratamento e entre diferentes pacientes. A medida da prega cutânea pode ser utilizada para comparação pré e pós-tratamento no mesmo paciente, mas a comparação entre diferentes pacientes é dificultada pela variabilidade de espessura da pele entre as pessoas. Conclusões: O ácido poliláctico é uma alternativa para o tratamento da lipoatrofia facial associada à terapia antirretroviral altamente ativa no paciente com o vírus da imunodeficiência humana. O índice de lipoatrofia facial adaptado pode ser utilizado na mensuração da lipoatrofia facial. A medida da prega cutânea pode ser utilizada para comparação pré e pós-tratamento, mas para comparação entre diferentes pacientes necessitaria maiores estudos.
ASSUNTO(S)
hiv lipodistrofia preenchimento facial Ácido poliláctico dermatologia
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