As representações sociais sobre longevo no livro didático do ensino fundamental

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/04/2012

RESUMO

Neste trabalho investigam-se as representações sociais sobre o longevo, contidas nos textos e imagens dos livros didáticos do Ensino Fundamental de escolas públicas de São Luís-MA. Foram também investigadas as percepções de professores participantes da pesquisa, usuários desses livros sobre o longevo e as questões relacionadas à longevidade. Para tanto, recorreu-se à Teoria das Representações Sociais de Moscovici, com a finalidade de interpretar as representações sociais do idoso. Vale destacar que estudos sobre as representações sociais do longevo são incipientes, se comparados a outros estudos sobre o envelhecimento e quando relacionados à área educacional. Optou-se pela pesquisa de natureza qualitativa, por adequar-se melhor aos objetivos da pesquisa. Esta pesquisa foi desenvolvida no próprio local onde ocorre o fenômeno a ser estudado, ou seja, em seis escolas públicas de São Luís, da rede municipal, por ser a responsável pelo Ensino Fundamental. Os documentos selecionados para análise são os livros didáticos dos componentes curriculares de Língua Portuguesa e de História do 3 ao 5 ano, aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático. A amostra de conveniência envolveu seis escolas que representam os seis núcleos, entre os sete, nos quais estão distribuídas as escolas da rede municipal de São Luís. As entrevistas foram realizadas com 16 (dezesseis) professores, que atuam do 3 ao 5 ano e utilizavam os livros didáticos selecionados, sendo 15 (quinze) professores do sexo feminino e 1 (um) do sexo masculino. Para a coleta dos dados, utilizou-se entrevista semiestruturada, gravada, realizada in loco. A partir da análise documental, pôde-se depreender que os livros didáticos ainda veiculam representações sociais negativas em relação ao idoso. Tanto no livro didático de Língua Portuguesa, como também no livro didático de História, a representação social do longevo possuía características negativas implícitas e/ou explícitas, como velho feio, triste, solitário, rabugento, doente, que estava mais próximo da morte. Constatou-se que a percepção dos professores sobre os longevos era também negativa, ou seja, o idoso é visto como alguém dependente, frágil, que não possuía o pleno domínio de seus atos. Os dados revelaram que a maioria dos professores considerava o longevo sinônimo de limitação, fragilidade e decadência física. Ficou claro que a concepção dos professores foi influenciada pela representação social que circula na sociedade, a qual considera a velhice como um período de inatividade e improdutividade. Nesse contexto, esta pesquisa, poderá contribuir para ampliar os estudos nessa área específica, na busca de incentivar, nos educadores, reflexões sobre o fenômeno da longevidade, como elemento importante para o desenvolvimento da sociedade contemporânea.

ASSUNTO(S)

educação idosos didática ensino fundamental cidadania educacao primary education longevity textbooks social representations

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