As representações sociais de saúde e doença para crianças e adolescentes com problema de obesidade

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Atualmente, evidencia-se uma progressão da transição nutricional, caracterizada pela redução na prevalência dos déficits nutricionais e ocorrência mais expressiva de sobrepeso e obesidade não só na população adulta, mas também em crianças e adolescentes, presente tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. A obesidade pode ser relacionada a uma alta taxa de morbidade e mortalidade, resultante de inúmeros fatores tais como: aspectos biológicos, psicológicos, sociais, culturais, econômicos. O objetivo desta pesquisa foi analisar as Representações Sociais (RS) de saúde e doença de crianças e adolescentes com problema de sobrepeso e obesidade, bem como realizar avaliação postural destas crianças e adolescentes. Participaram desta pesquisa 17 usuários de ambos os sexos, sendo 13 meninas e quatro meninos que estavam cadastrados no Programa de Obesidade Infantil (POI) do Hospital Regional Rosa Pedrossian, no município de Campo Grande, MS, nos meses de maio a julho de 2007. Os instrumentos utilizados foram: uma entrevista estruturada com o intuito de analisar as RS que os usuários atribuem à saúde e à doença e informações complementares como, o perfil sócio-demográfico, a relação familiar e a vivência escolar; um roteiro de avaliação postural, simetrográfo e fio de prumo para avaliar as possíveis alterações posturais decorrentes da obesidade, bem como, o Índice de Massa Corporal (IMC) dos participantes. Os resultados revelaram que houve maior incidência de meninas com sobrepeso e/ou obesidade 76,47% (n=13). Identificou-se também a presença de alteração postural em ambos os sexos de joelho valgo (88,23%), ombro em desnível (64,70%), assimetria de tornozelo (64,70%), escápulas aduzidas (76,47%), escoliose (23,53%), abdome protuso (83,35%), hiperlordose lombar (70,6%) e pé plano (58,8%). Esses desvios podem alterar a curvatura vertebral modificando a postura causando dor, deformidades, limitações, cansaço físico etc. A análise das respostas sobre as RS de saúde e de doença foram agrupadas e categorizadas. Para as RS de saúde foram descritas cinco categorias, as mais incidentes foram: atribuir sensações e/ou sentimentos (felicidade, bem-estar/disposição) (47,04%), ser magro (a) (29,40%), ter hábito de vida saudável (17,64%). E para as RS de doença foram descritas cinco categorias, sendo que as que mais se destacaram foram: problema de saúde (doença de pele, febre, gripe, dor, depressão, cardiopatia) (64,70%), obesidade (35,28%). E em relação à imagem corporal, observou-se que todos os participantes sentiam-se insatisfeitos com sua forma física. Ao que se refere à presença de sobrepeso e obesidade em outros integrantes da família, 58,82% (n=10) dos participantes residiam com algum familiar com essa condição. E ainda, os próprios familiares foram citados como fonte de comentários preconceituosos sobre seu estado. Acredita-se que esses resultados possam subsidiar a elaboração de possíveis ações e estratégias de cunho preventivo e também que estejam voltados à promoção da saúde no que se refere à obesidade e suas vicissitudes, contemplando não só a criança e o adolescente que freqüenta o POI, mas, também, seus familiares. Palavras chaves: obesidade; saúde; doença; alterações posturais.7

ASSUNTO(S)

health saúde obesity psicologia alterações posturais obesidade disease posture alteration 8 doença

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