Representações sociais de saúde e doença para crianças de uma escola em Campo Grande/MS

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

As crianças desenvolvem um entendimento próprio sobre as enfermidades, suas causas e os modos de tratamentos. As respostas das crianças em relação à saúde e às doenças se baseiam em suas experiências pessoais e na influência da família, da escola e dos meios de comunicação. Essas percepções podem ser reflexo das percepções dos adultos que estão à sua volta e também pode ocorrer que essas percepções sejam bastante diferentes das percepções dos adultos, indicando concepções próprias sobre os assuntos. Esses fatores devem ser levados em consideração quando pensamos em campanhas de prevenção voltadas para as crianças. Esse trabalho buscou analisar as representações sociais de saúde e doença para crianças em Campo Grande/MS, analisando o entendimento das crianças acerca das causas das doenças e seus sintomas, os conhecimentos sobre medidas de recuperação e prevenção, e as representações sociais de saúde e doença entre as crianças em relação à faixa etária. Foram entrevistadas 33 crianças, com idade entre sete e 12 anos, alunas de uma escola pública. As entrevistas também incluíram questões referentes à última vez em que a criança esteve doente: como ela soube que estava doente, o que ela sentiu e por que achou que ficou doente. Também foram elaborados dois desenhos, que representavam o que elas entendiam por saúde e doença. Os resultados indicam que ao definir saúde, as crianças utilizaram com maior freqüência aspectos subjetivos (17,89%), como alegria e paz. Já a doença foi definida mais comumente em termos físicos. As crianças apresentaram uma percepção da doença a partir de aspectos físicos como os sintomas (19,81%), sendo que os mais mencionados foram dor de cabeça, febre e vômito. A principal causa das doenças mencionada pelas crianças foi a ingestão de alimentos que não fizeram bem (11,76%), seguida por ficar perto de pessoas doentes (5,88%) e não lavar as mãos (5,88%). Os remédios foram considerados como o principal fator no processo de cura (32,35%). A mãe é mencionada como a principal cuidadora, quando as crianças estiveram doentes. A restrição de atividades é apontada como principal aspecto negativo das doenças (45,59%). Cerca de 40% das crianças não mencionaram aspectos positivos, no entanto, 10,64% apontaram faltar aula e receber atenção especial como aspectos positivos das doenças. Ter boa alimentação é apontado pelas crianças como principal fator para prevenção (9,38%). Os desenhos confirmaram as respostas das entrevistas. As crianças mais velhas apresentaram respostas mais elaboradas que as crianças mais jovens. Sugere-se uma continuidade no estudo e a utilização de tais informações na elaboração de programas de prevenção e promoção da saúde para crianças.

ASSUNTO(S)

crianças. health social representation saúde representação social psicologia children. psicologia social; crianças - doenças ;crianças saúde

Documentos Relacionados