Arcabouço geofísico, isostasia e causas do magmatismo cenozóico da província Borborema e de sua margem continental (Nordeste do Brasil)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A Província Borborema (PB) é um domínio geológico-estrutural localizado no Nordeste do Brasil, limitado a sul pelo Cráton do São Francisco, a oeste pela Bacia do Parnaíba e a norte e leste pelas bacias costeiras. Embora bastante estudada por geologia de superfície, na PB ainda estão em aberto aspectos importantes de sua evolução, notadamente: i) a sua compartimentagem tectônica após a Orogênese Brasiliana, ii) a arquitetura da margem continental implantada no Cretáceo, iii) as propriedades elásticas de sua litosfera, e iv) as causas do magmatismo e do soerguimento no Cenozóico. Esta Tese empregou dados geofísicos de cobertura regional (elevação, gravimetria, magnetometria, altura geoidal e tomografia), para aportar informações de geologia profunda aos problemas acima colocados. A sutura gerada pela colisão neoproterozóica entre o Domínio Sul da PB e a Placa Sanfranciscana (PSF) é marcada, na Faixa Riacho do Pontal e no oeste da Faixa Sergipana, por uma forte anomalia gravimétrica dipolar, cujo pico positivo corresponde ao alçamento da crosta inferior da PB e o negativo corresponde às nappes de supracrustais empurradas sobre a PSF. Na região leste da Faixa Sergipana não há assinaturas gravimétricas que indiquem cavalgamento e flexura de placas, mas a interpretação de truncamentos de assinaturas geofísicas de direção N-S da PSF permite localizar a sutura na margem sul do complexo de arco Marancó, ao longo da Z. C. Porto da Folha. Por sua vez, o limite colisional do Domínio Ceará da PB com o Cráton Oeste-Africano, ao longo da Z. C. Sobral-Pedro II, é também marcado por uma anomalia gravimétrica dipolar, cujo pico positivo coincide com a Z. C. Sobral-Pedro II, e o negativo coincide com o arco magmático de Santa Quitéria. A julgar pela expressão geofísica, os limites internos mais importantes da PB são: i) a Z. C. Pernambuco Oeste e sua continuação na Z. C. Congo, ii) a Z. C. Patos e iii) a Z. C. Jaguaribe e sua continuação na Z. C. Tatajuba. Estes limites dividem a PB em cinco grandes domínios geofísicos-tectônicos: Sul (ou Externo), Transversal, Rio Grande do Norte, Ceará e Médio Coreaú. O Domínio Sul é marcado por assinaturas geofísicas associadas à colisão da PB com a PSF. O Domínio Transversal teve a sua concepção original de limites modificada porque a parte leste do seu limite sul foi associada com a Z. C. Congo. O Domínio Rio Grande do Norte apresenta a crosta mais magnética da PB, com superposição de fontes pré-cambrianas e fanerozóicas. No Domínio Ceará, a Z. C. Senador Pompeu é o divisor de dois subdomínios: o leste corresponde à Faixa Orós-Jaguaribe e o oeste corresponde ao Ceará-Central, onde ocorre uma assinatura gravimétrica interpretada como uma descontinuidade crustal de direção ENE-WSW, que funcionou como um anteparo para as nappes brasilanas, com sentido de deslocamento para sul. O Domínio Médio Coreaú apresenta uma anomalia gravimétrica dipolar, cujo pico positivo está associado com rochas granulíticas, e o negativo com rochas supracrustais. A assinatura geofísica do seu limite com o Domínio Ceará é evidente, apesar dos sedimentos da Bacia do Parnaíba. A análise conjunta da anomalia ar-livre, admitância ar-livre e estimativas da espessura elástica efetiva (Te) evidenciou que as margens Leste e Equatorial possuem propriedades elásticas bastante diferentes: enquanto a primeira tem Te entre 10 e 20 km, a segunda tem Te em torno ou inferior a 10 km. Essa diferença é devida ao enfraquecimento da litosfera da Margem Equatorial produzida pelo magmatismo cenozóico. A margem continental da PB apresenta segmentações que incorporaram heranças das estruturas e dos domínios pré-cambrianos, que se correlacionam com os limites conhecidos das bacias. Descrevendo de sul para norte, o limite da separação da Bacia Sergipe - Alagoas em duas sub-bacias coincide com a sutura entre o Domínio Sul da PB e a PSF; as estimativas de Te indicam, concordantemente, que a Sub-bacia Sergipe (Te ≅ 20 km) se instalou em uma litosfera mais resistente do que a da Sub-bacia Alagoas (Te ≅ 10 km). Adicionalmente, no interior da crosta da Sub-bacia Sergipe ocorre um grande corpo denso (underplating ou herança crustal?) que não continua na Sub-bacia Alagoas. A margem da Bacia de Pernambuco (15

ASSUNTO(S)

gravimetria geofisica isostasia magnetismo pre-cambrian framework província borborema gravity tectonic compartimentalization continental margin lithosphere elastic parameters magmatism

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