Petrologia do plúton Serra da Macambira, neoproterozóico da faixa seridó, província Borborema (NE do Brasil)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/07/2011

RESUMO

O final da orogênese Brasiliana/Pan-Africana na Província Borborema, NE do Brasil, é marcado por um volumoso plutonismo. O plúton Serra da Macambira (PSM) constitui um exemplo destes plútons, sendo aqui objeto de caracterização geológica, petrográfica, textural, geoquímica e petrogenética. O PSM localiza-se no Estado do Rio Grande do Norte, sendo intrusivo em ortognaisses paleoproterozoicos (Complexo Caicó) e metassupracrustais neoproterozoicas (Grupo Seridó). As rochas que compõem o plúton foram classificadas segundo suas relações de intrusão/inclusão, mineralogia e textura, na seguinte sequência relativa: enclaves intermediários (quartzo monzonitos e biotita tonalitos); monzogranitos porfiríticos; sienogranitos e monzogranitos equigranulares; diques graníticos e pegmatíticos tardios. Granitos porfiríticos e enclaves quartzo monzoníticos representam mistura de magmas (mingling), formada pela injeção de um magma intermediário em um magma granítico já em cristalização. Ambos são ligeiramente precoces em relação ao granito equigranular. Os enclaves quartzo monzoníticos apresentam microclina, plagioclásio, biotita, hornblenda e pouco quartzo, enquanto os biotia tonalitos são pobres em microclina, ricos em quartzo e não apresentam hornblenda. Os granitos porfirítios e equigranulares portam biotita e raramente hornblenda, texturas mirmequítica e pertítica, além de plagioclásios zonados que indicam a relevância da cristalização fracionada na sua evolução. Estes granitos apresentam características geoquímicas similares, com anomalia negativa de Eu, enriquecimento em Elementos Terras Raras (ETR) leves e empobrecimento em ETR pesados, variam entre ligeiramente metaluminosos e ligeiramente peraluminosos e seguem a trajetória evolutiva cálcio-alcalina de alto potássio. Os processos petrogenéticos tiveram início com a fusão parcial (27,5%) da crosta continental paleoproterozoica, gerando um líquido ácido hidratado, que incorporou H2O dos minerais existentes na fonte, deixando um resíduo granulítico com ortopiroxênio, K-feldspato, plagioclásio (An40-50), quartzo, epídoto, magnetita, ilmenita, apatita e zircão. O líquido evoluiu com predominância do processo de cristalização fracionada (10-25%), ocorrendo fracionamento de plagioclásio sódico (An20), biotita e hornblenda nas fases iniciais de cristalização. Diques ácidos tardios apresentam textura granofírica, caracterizando cristalização e/ou colocação em condições hipabissais e padrão de ETR similares aos de granitos Tipo-A. Texturas ígneas bem preservadas, ausência ou fraca atuação de eventos tectônicos, associação de enclaves intermediários a máficos e alinhamento de amostras de acordo com séries de diferenciação cálcioalcalina de alto potássio são encontradas em complexos magmáticos pós-colisionais a pós-orogênicos descritos na literatura. Esta interpretação está em acordo com o comportamento das amostras em diagramas discriminantes de ambientes tectônicos, posicionando o plúton em um contexto tardiorogênico, eventualmente registrando os episódios finais de colapso da cadeia Brasiliana/Pan-Africana na Faixa Seridó.

ASSUNTO(S)

neoproterozoico da faixa seridó. serra da macambira petrologia do plúton outros

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