AplicaÃÃo de Ãcido ascÃrbico em sementes de feijÃo-de-corda [Vigna unguiculata (L.) Walp.] na atenuaÃÃo dos efeitos do envelhecimento e do estresse salino / Application of ascorbic acid in seeds of bean-string [Vigna unguiculata (L.) Walp.] In mitigating the effects of aging and salt stress

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/06/2011

RESUMO

O objetivo principal desse trabalho foi avaliar o efeito da aplicaÃÃo exÃgena do Ãcido ascÃrbico na reduÃÃo dos danos ocasionados pelo envelhecimento e salinidade em sementes de feijÃo-de-corda. Foram realizados trÃs experimentos, sendo o material vegetal utilizado como modelo nestes experimentos sementes de feijÃo-de-corda [Vigna unguiculata (L.) Walp.], cultivar EPACE 10, disponÃveis do Banco de Germoplasma de FeijÃo-de-corda da UFC. No primeiro experimento foram feitos testes preliminares para obtenÃÃo da melhor metodologia de aplicaÃÃo do Ãcido ascÃrbico em sementes de feijÃo-de-corda. As sementes foram incubadas com 0,42 e 0,85 mM de Ãcido ascÃrbico em diferentes tempos de exposiÃÃo (4h, 8h e 24h) atravÃs de dois diferentes mÃtodos: I - EmbebiÃÃo em papel germitest na placa de petri e II - SubmersÃo em soluÃÃo no Erlenmeyer. ApÃs a aplicaÃÃo dos tratamentos foi quantificado nas sementes o teor de Ãcido ascÃrbico (AsA) e posteriormente comparado com o teor padrÃo de Ãcido ascÃrbico endÃgeno jà existente nas sementes controle (0h). Foi observado que em todos os tratamentos analisados o teor de AsA endÃgeno das sementes de feijÃo-de-corda, foi maior que o das sementes controle, que nÃo sofreram tratamento. à medida que foi aumentando o tempo de exposiÃÃo das sementes, houve um aumento crescente no teor de Ãcido ascÃrbico das sementes, com diferenÃa estatÃstica significativa entre os tempos de exposiÃÃo analisados, sendo o mais eficiente o de 24 h. Houve diferenÃa significativa tambÃm nas concentraÃÃes exÃgenas utilizadas, sendo a de 0,85 mM a mais eficiente. Houve diferenÃa significativa entre os mÃtodos aplicados somente na concentraÃÃo de 0,85 mM. No tempo de 24 h de exposiÃÃo foi verificado que, apesar do valor numÃrico do mÃtodo II ser superior ao do mÃtodo I, nÃo foi constatada diferenÃa significativa entre os mÃtodos de aplicaÃÃo nesse tempo Podemos entÃo concluir a partir dos resultados apresentados que tanto o mÃtodo de aplicaÃÃo I como o II, com a concentraÃÃo de 0,85 mM de Ãcido ascÃrbico por um perÃodo de 24 h foi à metodologia mais eficiente para a aplicaÃÃo exÃgena de Ãcido ascÃrbico em sementes de feijÃo-de-corda, cultivar EPACE 10. No segundo experimento, tendo jà definido a metodologia de aplicaÃÃo exÃgena, foi feita entÃo a investigaÃÃo do possÃvel efeito do prà ou pÃs-tratamento com Ãcido ascÃrbico na atenuaÃÃo dos efeitos danosos provocados pelo envelhecimento nas sementes de feijÃo-de-corda, atravÃs de parÃmetros fisiolÃgicos e bioquÃmicos. As sementes foram submetidas a quatro tratamentos: T1 - sementes nÃo envelhecidas e nÃo tratadas com Ãcido ascÃrbico (AsA), tratamento controle (SNE); T2 - sementes envelhecidas (45ÂC, 99% U.R., no escuro) e nÃo-tratadas com AsA (SE); T3 - as sementes, antes do envelhecimento foram submetidas a um prÃ-tratamento com 0,85 mM de AsA (SE-PrÃ-T); T4 - as sementes, apÃs o envelhecimento, foram submetidas a um pÃs-tratamento com 0,85 mM de AsA (SE-PÃs-T). As sementes do T4 apresentaram massa fresca maior que as do controle (T1). Houve uma reduÃÃo de quase 15% na germinaÃÃo das sementes apÃs o envelhecimento, evidenciado no tratamento T2. PorÃm, quando as sementes foram tratadas com a soluÃÃo de Ãcido ascÃrbico apÃs o envelhecimento T4 a porcentagem de germinaÃÃo foi maior que o do controle (T1) em quase 13%. As sementes dos tratamentos T2 e T3 apresentaram um maior percentual de danos de membrana (35,16 e 36,82 Âs cm-1g-1semente respectivamente), avaliado pelo maior vazamento de eletrÃlitos (C.E), quando comparado com o controle T1 (17,84 Âs cm-1g-1semente). As sementes envelhecidas do tratamento T2 apresentaram um menor vigor, avaliado pelo vazamento de eletrÃlitos, que o controle T1. O T3 provocou resultados negativos nas sementes de feijÃo-de-corda, em todas as variÃveis relacionadas com o vigor e a germinaÃÃo. Entretanto, a aplicaÃÃo exÃgena de soluÃÃo de Ãcido ascÃrbico a 0,85 mM apÃs o envelhecimento por 72 h nas sementes de feijÃo-de-corda (T4) amenizou os efeitos deletÃrios provocados pelo envelhecimento no vigor e na germinaÃÃo dessas sementes. Estas melhorias observadas em T4 foram evidenciadas por um maior conteÃdo de matÃria fresca e seca, maior integridade de membranas, menor peroxidaÃÃo de lipÃdios, maior porcentagem de germinaÃÃo, porcentagem de emergÃncia de plÃntulas no campo, conteÃdo de ascorbato e atividade da peroxidase do ascorbato (APX), quando comparado com o T3. Os resultados sugerem que a aplicaÃÃo exÃgena de Ãcido ascÃrbico 0,85 mM nas sementes de feijÃo-de-corda apÃs o envelhecimento artificial (pÃs-tratamento), pode atenuar seus efeitos deletÃrios provocados sobre o vigor e germinaÃÃo dessas sementes. Finalmente, no terceiro experimento, foi investigado tambÃm o efeito da aplicaÃÃo exÃgena de Ãcido ascÃrbico na aclimataÃÃo de sementes envelhecidas de feijÃo-de-corda ao estresse salino, tambÃm atravÃs de parÃmetros fisiolÃgicos e bioquÃmicos. As sementes foram envelhecidas por 72 h em cÃmara de envelhecimento acelerado (45 ÂC, 99% U.R., no escuro) e posteriormente foram semeadas em papel germitest embebido com: Ãgua desionizada (T2); NaCl a 100 Mm (T3); Ãcido ascÃrbico a 0,85 Mm (T4); NaCl a 100 mM + Ac. AscÃrbico a 0,85 mM (T5) e o tratamento controle consiste de sementes nÃo envelhecidas, embebidas com Ãgua desionizada (T1). Foram feitas coletas em trÃs estÃdios morfofisiolÃgicos, sendo avaliadas variÃveis fisiolÃgicas relacionadas ao vigor. O T2 e o T3 afetaram o vigor das sementes com reduÃÃes na massa, na integridade das membranas e na germinaÃÃo. O T4 atenuou os efeitos provocados pelo envelhecimento na germinaÃÃo e no vigor, apresentando um maior Ãndice de velocidade de emergÃncia (IVE) e menor tempo mÃdio de emergÃncia (TME) e maior teor de Ãgua. O T3 e T5 atrasaram a mobilizaÃÃo de reservas quando comparado com o T1 e T4. O T5 reduziu a massa fresca, aumentou o vazamento de eletrÃlitos e retardou a germinaÃÃo com um menor IVE e maior TME. A aplicaÃÃo de Ãcido ascÃrbico, foi capaz de atenuar os efeitos provocados pelo envelhecimento, mÃs nÃo foi capaz de atenuar os efeitos do NaCl nas sementes envelhecidas de feijÃo-de-corda. O estudo da relaÃÃo entre o uso de antioxidantes naturais, com um possÃvel revigoramento de sementes envelhecidas, utilizando o feijÃo-de-corda como modelo experimental, pode gerar estratÃgias de meios de potencializar as defesas antioxidativas e amenizar os efeitos de estresse em ambientes de armazenamento de sementes sob condiÃÃes nÃo controladas, principalmente em pequenas e mÃdias propriedades rurais.

ASSUNTO(S)

fisiologia de plantas cultivadas feijÃo-de-corda envelhecimento salinidade Ãcido ascÃrbico tolerÃncia cowpea aging salinity ascorbic acid tolerance feijÃo-de-corda salinidade vitamina c estresse salino

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