A literatura infantil/juvenil brasileira na França: Où est Lobatô? / La littérature enfantine/juvénile brésilienne en France: où est Lobatô?

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

As pesquisas historiográficas em tradução, da área Estudos da Tradução, constituem um campo ainda pouco estudado. Uma das suas preocupações é verificar o que, como e por que se traduz em determinadas culturas. Para alguns teóricos e autores, um dos principais motivos para que uma obra seja traduzida é a língua em que é escrita. Ana Maria Machado, em palestra ministrada no 27 Congresso do IBBY, por ocasião do recebimento do prêmio Hans Christian Andersen, discute a importância da tradução de uma obra para que esta seja vista e conhecida em outra cultura. Fala ainda sobre a posição periférica ocupada pela língua portuguesa no mundo literário e a marginalidade da nossa cultura. Pasquale Casanova, em A República Mundial das Letras, afirma que para um autor ser reconhecido mundialmente é necessário que suas obras sejam traduzidas. Tal processo é valido, principalmente, para os excêntricos, ou seja, os escritores que não fazem parte dos grandes centros literários. A literatura brasileira é considerada, pela autora, como pertencente a um espaço literário mediano, enquanto a língua portuguesa, uma língua pequena. Percebemos no discurso de Casanova e de Machado uma sintonia com as reflexões do teórico belga dos Estudos da Tradução André Lefevere. Para ele, o valor intrínseco de uma obra não é suficiente para assegurar sua sobrevivência, sendo necessárias as reescrituras, entre as quais estão a tradução, os ensaios críticos, as histórias literárias e as adaptações cinematográficas e teatrais. A canonização das obras e a evolução das literaturas são determinadas pela interação entre escrituras e reescrituras, segundo Lefevere. Dessas considerações, nasceu a idéia de nos dedicarmos às obras infantis e juvenis brasileiras que foram traduzidas em língua francesa, já que a nossa literatura para crianças e adolescentes tem conquistado cada vez mais espaço no cenário internacional. Nossa pesquisa se constitui em um estudo inédito visto que a tradução desse tipo de literatura ainda é um tema pouco discutido no Brasil e no exterior. Tais textos não haviam ainda recebido a atenção do mundo acadêmico, em virtude, sobretudo, do preconceito anteriormente conferido à tradução como objeto de estudo, bem como da literatura infantil/juvenil e da ilustração consideradas setores minimizados e marginalizados da literatura. Nosso objetivo inicial era trabalharmos com as obras da literatura infantil/juvenil de Lobato vertidas em francês. Tal foi o nosso espanto, no decorrer de nossas pesquisas, quando descobrimos que o pai da literatura infantil/juvenil brasileira não tem nenhuma de suas obras destinadas a crianças ou jovens editadas na França, principalmente por sua literatura para adulto ter sido bastante traduzida para o francês nas décadas de 1920 e 1930. Daí o enfoque que conferimos a esse autor e o título deste trabalho. Apresentamos um levantamento das obras infantis e juvenis brasileiras encontradas na França, traduzidas ou editadas diretamente em francês. Faremos um estudo de elementos paratextuais e textuais por meio de cotejo de fragmentos de algumas dessas obras e sua tradução. São abordados aspectos interlinguais e intersemióticos. O esquema proposto para descrição de traduções por José Lambert e Hendrik Van Gorp serviu-nos de apoio

ASSUNTO(S)

littérature enfantine/juvénile brésilienne en france, monteiro lobato, traduction interlinguale, traduction intersemiotique, illustration letras literatura infantil/juvenil brasileira na frança, monteiro lobato, tradução interlingual, tradução intersemiótica, ilustração

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