A improvisação em dança: um processo sistêmico e evolutivo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

Este trabalho utiliza informações teóricas provindas da filosofiae da ciência para falar da improvisação em dança, quase sempre considerada apenas como um recurso da arte da dança. A literatura sobre o tema é escassa, se tivermos como expectativa reflexões sobre o que é a improvisação e não apenas sobre a sua prática. Este trabalho procura trazer uma reflexão mais abrangente da improvisação, vista não apenascomoum recurso,mascomoa própria dança realizada no instante de sua execução (em oposição à dança planejada anteriormente). Para tanto, toma-se necessário partir de uma visão ontológica de mundo em que se considera que a realidade é formada por sistemas e que a dança pode ser vista como um sistema complexo, formado pela relação dos subsistemas: movimento,corpo+cultura. Os subsistemas movimento e corpo+cultura,que compõem o sistema dança, podem ser estudados, atualmente, por hipóteses evolucionistas neodarwinistas utilizadas pela biogenética e neurociência). A improvisação, por sua vez, pode ser definida como a processualidade que ocorre no sistema dança, ou seja, onde a relação dos subsistemas movimento, corpo+cultura, ao longo do tempo, vai sofrendo modificações estocásticas de suas propriedades, produzindo estados que se sucedem em cadeias. Este processo, quando cresce em complexidade, apresenta parâmetros que acompanham o jogo evolutivo, que vão em busca de uma organização. Com o parâmetro de integralidade, o processo de improvisação adquire uma gramática formada a partir do(s) repertório(s), ou seja, dos tipos de movimentos adquiridos pelo corpo do dançarino + as leis e regras (da física, anatomofisiológicas e de atuação pessoal). As tendências das combinações dos movimentos configuram o grau de gramaticalidade do processo de improvisação. As aspirações do processo de improvisação são: a baixa gramaticalidade e o novo

ASSUNTO(S)

corpo comunicacao movimento improvisacao na danca

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