A educação como prática cultural ética: uma leitura possível das propostas de B. F. Skinner
AUTOR(ES)
Monica Helena Tieppo Alves Gianfaldoni
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005
RESUMO
A ética e o ensino da ética foram escolhidos, pela importância e atualidade, como temas privilegiados. O objetivo deste trabalho é apresentar a discussão sobre ética que pode ser descrita a partir do behaviorismo radical e indicar princípios educacionais que devem ser ensinados, ampliando o diálogo entre as duas áreas. Segundo a concepção tradicional, ética e moral referem-se a julgamentos sobre o que é bem, e condutas aceitas dentro de um determinado grupo; são conceitos historicamente determinados, produtos de homens livres, racionais, responsáveis e autônomos que agem de forma consciente e voluntária. O sistema ético skinneriano, produto intrínseco do behaviorismo radical e da análise do comportamento, prescinde das noções de liberdade, racionalidade e autonomia para propor a existência de três tipos de bens: bens para si, bens para os outros e bens da cultura, com o valor da sobrevivência como sendo o fundante de todo o sistema. Skinner advertiu que parte da população do planeta não sabe dos graves problemas que nos afetam a todos e a parte que sabe não tem feito ações relevantes para alterá-los, especialmente porque a maior dificuldade é que o futuro sempre parece conflitante com o presente. A educação, como uma agência de controle, tem o papel privilegiado de planejar uma cultura e as práticas educativas e a política educacional planeja, no final das contas, o ser humano. As propostas de ação explicitadas visam a superar os obstáculos à produção da sobrevivência da cultura que incluiriam: o planejamento adequado da cultura, e a prática de liberar reforçadores contingentes a ações produtivas, poderiam dar conta de maximizar comportamentos com valor de sobrevivência. Transmitir os conhecimentos acumulados e socialmente produzidos, produzir a variabilidade comportamental, minimizar conseqüências imediatas e maximizar as remotas, educar para o autocontrole, inserir a comunidade na proposição de valores, utilizar critérios coletivos em detrimento dos individuais, restabelecer a reciprocidade balanceada, educar para o lazer produtivo, utilizar-se do controle face-a-face e de reforçadores positivos amenos, evitar eventos aversivos, educar para a preservação do meio físico, ensinar habilidades e conhecimentos científicos e sociais, utilizando-se do controle tecnológico é o que poderia contribuir para a consecução do bem primário da ética que behavioristas radicais deveriam assumir como suposto de seus comportamentos em qualquer situação em que se encontrem.
ASSUNTO(S)
educacao ethics teaching of ethic ensino da ética behaviorismo (psicologia) psicologia educacional práticas culturais cultural pratice skinner, burrhus frederic -- 1904-1990 -- critica e interpretacao ética radical behaviorism behaviorismo radical etica
ACESSO AO ARTIGO
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