A dissoluÃÃo das IlusÃes Trancendentais na "CrÃtica da RazÃo Pura": um estudo sobre as relaÃÃes entre a EstÃtica, AnalÃtica e a DialÃtica Transcendentais

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este nÃo pretende ser um trabalho meramente expositivo. Portanto, deseja-se que, a partir dele, algumas questÃes de importÃncia capital para a compreensÃo da Filosofia TeÃrica de Kant sejam nÃo somente erigidas, mas principalmente solucionadas. O ponto de partida inicial consiste no levantamento da seguinte indagaÃÃo: âExerceriam as intuiÃÃes sensÃveis o papel de juiz supremo na dissoluÃÃo das ilusÃes transcendentais?â. Segundo a interpretaÃÃo mais recorrente da âCrÃtica da RazÃo Puraâ â como parece ser o caso das leituras de Cohen, Strawson, bem como de uma sÃrie de outras a serem identificadas â a resposta à questÃo anterior seria afirmativa. Tal concepÃÃo (conforme revelarà este estudo) advogarà que, em Ãltima instÃncia, todas as questÃes da MetafÃsica tradicional (prÃ-kantiana) sÃo denunciadas por Kant como ilegÃtimas precisamente porque nÃo pode ser apresentado, na intuiÃÃo sensÃvel, um objeto que seja correspondente Ãs idÃias por ela construÃdas. Portanto, Kant nÃo teria feito nada mais do que esboÃar uma teoria da possibilidade da experiÃncia (a EstÃtica e a AnalÃtica Transcendentais) e restringir todo o conhecimento humano a este domÃnio, de modo a postular que as questÃes metafÃsicas sÃo ilegÃtimas por nÃo se submeterem Ãs exigÃncias epistÃmicas originais aà esboÃadas. Este trabalho entende que a compreensÃo acima referida desta problemÃtica à insuficiente, haja vista negligenciar o fato de que hÃ, na âCrÃtica da RazÃo Puraâ, nÃo somente uma anunciaÃÃo dogmÃtica, mas uma justificaÃÃo da tese de que todo o conhecimento humano à restrito à esfera da sensibilidade (solo da experiÃncia possÃvel). Esta justificaÃÃo nÃo à outra se nÃo a crÃtica das ilusÃes transcendentais realizada pela DialÃtica Transcendental. Por meio dos Paralogismos da RazÃo Pura, das Antinomias da RazÃo Pura e do Ideal da RazÃo Pura, os silogismos realizados naturalmente pela razÃo serÃo revelados como as balizas para erigirem uma incoerÃncia que diz respeito antes à nÃo assunÃÃo dos propÃsitos iniciais da razÃo do que a uma inadequaÃÃo Ãs exigÃncias da sensibilidade. Tais incoerÃncias sÃo as ilusÃes transcendentais da existÃncia da alma, do mundo (totalidade dos fenÃmenos) e de Deus â os respectivos objetos da Psicologia, Cosmologia e Teologia Racionais. Tentaremos mostrar, por ocasiÃo deste trabalho, que a ilusÃo de afirmar, mediante silogismos a priori, a existÃncia destes objetos consiste primeiramente numa inadequaÃÃo com os propÃsitos iniciais da razÃo pura (mesmo que esta venha a, posteriormente, configurar ilusoriamente tais existÃncias) e, somente por conseqÃÃncia disto, tambÃm com as exigÃncias expressas na EstÃtica e na AnalÃtica Transcendentais. Isto exige do empreendimento a ser realizado neste estudo, portanto, uma CrÃtica da Psicologia Racional, uma CrÃtica da Cosmologia Racional e uma CrÃtica da Teologia Racional. Deste modo, justificarÃamos a tese de que todo conhecimento està reduzido à esfera da sensibilidade e esclarecerÃamos, assim, o porquà dessa ilusÃo ser considerada, por Kant, como transcendental, racional e, portanto, inevitÃvel â esclarecimento este que a referida âinterpretaÃÃo recorrenteâ se abstÃm de realizar.

ASSUNTO(S)

cosmologia racional kant, immanuel,1724-1804 - crÃtica e interpretaÃÃo rational theology razÃo transcendentalismo ilusÃo transcendental rational psychology, rational cosmology teoria crÃtica intuiÃÃo sensÃvel dialÃtica idealismo estÃtica filosofia transcendental illusion sensitive intuition psicologia racional anÃlise(filosofia) teologia racional

Documentos Relacionados