Violências nas escolas e juventude: um estudo sobre o bullying escolar

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar e refletir sobre a temática violências nas escolas e juventude, incidindo principalmente sobre o bullying escolar, sob a ótica de adolescentes de classes médias e de segmentos de elites, em duas escolas, sendo uma pública e outra privada na cidade de São Paulo. Com base nas ciências sociais, buscouse como referência as idéias de Norbert Elias (1996) a respeito do processo civilizador, quando denomina as pequenas violências ou as pequenas agressões do cotidiano que se repetem sem parar, a transgressão dos códigos de boas maneiras ou da ordem estabelecida, de incivilidades, para efeito de distinção das condutas criminosas ou delinqüentes; em Tarde (1986) o conceito de coletividade puramente espiritual e coletividade amorfa e passiva entre outros. A questão central que pautou este trabalho é a reflexão sobre a representação que os jovens têm sobre a violência entre colegas e a ocorrência do bullying escolar. Nossa fonte de dados circunscreve-se às entrevistas realizadas com quatro alunos de oitavas séries, sendo dois meninos e duas meninas de cada escola, professores, equipe técnico-pedagógica e agentes escolares; observações e consulta à documentação. Com intuito de situar os atores envolvidos, o trabalho colocou como uma de suas metas a investigação do aluno adolescente, a sua escola, a sua família e a suas relações com os colegas e como os adultos na sua vida escolar e os sentidos que eles atribuem ao fenômeno da violência. Partiu-se do pressuposto de que ambas as escolas apresentam práticas de violência entre pares; os atores envolvidos nas condições de agressores, de agredidos ou de agressores/ agredidos entendem por violência física: as brigas, depredações, agressões físicas e por violência não física: ofensas verbais, institucionais, discriminações, segregações e humilhações e desconhecem o que seja bullying nas escolas e que os professores, equipe técnico-administrativa e inspetores estão mais preocupados nas escolas investigadas, com os casos de indisciplina na escola, sendo a falta de disciplina entre alunos, do que com os casos de violência entre pares e o bullying escolar independe de questões de gênero, estando presente tanto entre as jovens como entre os jovens. Os principais achados possibilitaram observar que nas duas escolas investigadas, as ações socializadoras incidem muito mais sobre o aspecto pedagógico, o que deixa em segundo plano a proposta educativa. Onde se verifica essa ausência, a escola não funciona como retradutora dos valores sociais e termina por permitir que ideais de discriminação e preconceito, por exemplo, invadam e se estabeleçam no espaço escolar. A falta de alcance da ação socializadora e mesmo o ambiente relacional promovem o aparecimento de brechas que permitem aos alunos a construção de experiências escolares, dentre elas, a experiência da violência. As duas escolas apresentam semelhanças e diferenças, entretanto, em todo o caminho percorrido, observou-se que o ponto decisivo de convergência é a presença do bullying

ASSUNTO(S)

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