Violência e juventude: um estudo de representações sociais em Uberlândia - MG

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A dissertação trata de uma pesquisa qualitativa sobre representações sociais da violência construídas por jovens de Uberlândia, Minas Gerais, um dos principais centros urbanos de porte médio no estado e no país. Tais representações foram apreendidas a partir de temas como trabalho, consumo, família, religião. O objetivo principal foi compreender como estes jovens constroem suas representações sociais sobre o fenômeno da violência e que fatores influenciam no processo de significação e produção de sentidos por parte de um segmento sócio-cultural fundamental. A partir da técnica metodológica do ponto de saturação e de entrevistas semi-diretivas, a pesquisa empírica, que incluía uma relativa inserção no meio pesquisado, foi realizada em três meses, aproximadamente. A perspectiva teórico-conceitual adotada tomou a realidade social como atravessada por um processo de fragmentação cultural, gerador de múltiplas lógicas de ação e de formas de construção de identidades, não necessariamente vinculadas à categoria trabalho, entendida nessa pesquisa como não unificadora do social. Também se partiu, nessa dissertação da premissa teórico-interpretativa que toma o Brasil, como país e sociedade em que os conflitos e litígios não se institucionalizam em grande parte. O fenômeno da violência, nesse sentido, aparece como um dos principais problemas sociais e sociológicos. Na presente pesquisa, a noção de representações sociais cumpre uma função precípua, já que é tomada como princípio orientador de condutas e comportamentos. Percebeu-se, ao fim, que múltiplos fatores e elementos interferem e influenciam na construção das representações. São fatores como local de moradia, experiências vivenciadas, formação cultural da família, condições de existência, entre outros, que compõe a trajetória individual dos pesquisados. A percepção da violência, a partir de suas representações, assume um caráter plural, heterogêneo, não se restringindo à modalidade criminal. Pois, tal percepção está, em grande medida, determinada pelas experiências inscritas em seus corpos e subjetividade e abrange também, a dimensão simbólica e estrutural, aspectos pouco lembrados quando se analisa o fenômeno da violência.

ASSUNTO(S)

cultural fragmentation sociologia jovens - relações humanas - minas gerais violent sociability violência urbana youth sociabilidade social representations

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