ViolÃncia contra a mulher por parceiro Ãntimo: magnitude e fatores associados encontrados em delegacia especializada de atendimento à mulher / Violence against women by intimate partners: magnitude and factors associated with police found in specialized care for women

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/09/2011

RESUMO

A violÃncia contra a mulher constitui um agravo recorrente no cenÃrio mundial tendo sido considerado problema relevante para a saÃde pÃblica e violaÃÃo dos direitos humanos. Teve-se como objetivo analisar a magnitude da violÃncia contra a mulher perpetrada por parceiro Ãntimo. Estudo quantitativo transversal, cuja coleta de dados foi realizada de junho a agosto de 2011, tomando-se por base dados de inquÃritos policiais que constam na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Fortaleza-CE. Selecionaram-se inquÃritos de mulheres na faixa etÃria de 20 a 59 anos, baseados em um processo de amostragem do qual resultaram em 395 inquÃritos policiais. Destes, 325 foram de mulheres que deram prosseguimento ao processo judicial e 70 desistiram da denÃncia do agressor. Para a coleta de dados, foram extraÃdas variÃveis relevantes dos inquÃritos que seguiram com processo, com vistas a contribuir na busca da possÃvel associaÃÃo entre a violÃncia fÃsica contra a mulher e os possÃveis fatores causais, tais como os socioeconÃmicos, tanto da vÃtima quanto do agressor, alÃm dos dados da ocorrÃncia. Enquanto os 70 processos arquivados foram apenas descritos, os que deram prosseguimento ao juizado tiveram seus dados analisados por meio do software STATA versÃo 10. A tipologia da violÃncia prevalente no estudo foi a nÃo fÃsica (57,2%). Entretanto, foi analisada a associaÃÃo, especificamente, entre a violÃncia fÃsica e seus possÃveis fatores. Para este fim, utilizou-se o cÃlculo da RazÃo de PrevalÃncia, Odds Ratio bruta e valores de significÃncia (p<0,20). Ao aplicar a regressÃo logÃstica para ajuste do modelo, concluiu-se que os fatores de risco associados para este tipo de agressÃo foram o nÃmero de filhos e o vÃnculo nÃo civilmente formal entre a vÃtima e o agressor (p=0,050; p=0,001, respectivamente; o ambiente do ocorrido ser o nÃo residencial (p=0,037); o autor ser solteiro (p=0,017); os possÃveis motivos segundo a vÃtima serem o consumo de Ãlcool ou drogas ou ambos em associaÃÃo, ciÃme ou nÃo aceitaÃÃo da separaÃÃo, alÃm do histÃrico de agressividade do autor (p=0,002); os possÃveis motivos segundo o agressor tais como o consumo de Ãlcool e drogas por ele, ciÃme, nÃo conformaÃÃo com a separaÃÃo, a alegaÃÃo de infidelidade por parte da mulher assim como a culpabilidade da vÃtima (p=0,000). Destacou-se o registro de BO anterior como fator de proteÃÃo à integridade fÃsica da mulher (p=0,050). Mesmo sem dimensionar a procura da mulher vÃtima de lesÃo corporal por um serviÃo de saÃde, à evidente o nÃmero de casos nÃo notificados pelo sistema e a vÃtima acaba por se tornar, mais uma vez, negligenciada. Ademais, a violÃncia nÃo fÃsica tambÃm deixa sequelas inimaginÃveis no histÃrico de vida de uma mulher. Contudo, urge a integraÃÃo dos serviÃos com vistas a combatÃ-la.

ASSUNTO(S)

saude coletiva violÃncia contra a mulher maus-tratos conjugais direitos da mulher violence against women spouse abuse

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