Ver com as mãos: a ilustração tátil em livros para crianças

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A presente dissertação, inserida na linha de pesquisa Ensino das Artes Visuais, apresenta-se como requisito para a obtenção do título de Mestre em Artes Visuais, pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Seu eixo central é a análise do reconhecimento tátil das ilustrações em relevo no livro infantil para crianças cegas; para tanto foram observados os modos como vem sendo utilizado o recurso desta espécie de ilustração, suas possibilidades, seus comprometimentos, abrangências e limites. Para a investigação foram escolhidos como instrumentos de pesquisa quatro livros infantis, considerados inclusivos, com texto e ilustração em tinta, e texto em Braille e ilustração em relevo: A Bruxa mais velha do mundo, de Elizete Lisboa, ilustrado por José Carlos Aragão (São Paulo: Paulinas, 2005); Firirim Finfim, de Elizete Lisboa, ilustrado por Anna Raquel (São Paulo: Paulinas, 2007); Um Presente muito Especial, de Patrícia Engel Secco, ilustrado por Edu A. Engel [s. n.] e Um Mundinho Para Todos, de Ingrid Bellinghausen, com ilustrações da autora (São Paulo: DCL, 2006). O embasamento teórico está relacionado às pesquisas sobre as implicações da invisualidade e o reconhecimento háptico de configurações bidimensionais de Yvette Hatwell, Oliver Sacks, Susanna Millar e Maria Lúcia Amiralian. Buscou-se ainda os estudos sobre desenho infantil, de Georges-Henry Luquet e, por se processar de modo específico, a apreensão tátil das imagens foi interpretada por um outro modo de análise, denominada experimentalmente como Análise Tátil-Visual da Forma. Para isto, o suporte teórico foi encontrado em Gombrich, Arnheim e Bernard Darras, que tratam da forma como representação, esquema gráfico e iconotipo. Sobre esquema gráfico, produção de desenho por pessoas cegas e os processos cognitivos decorrentes destas implicações, buscou-se elucidar dúvidas nas pesquisas de John M. Kennedy, Maria Lúcia Batezat Duarte e Bernard Darras. A pesquisa de campo constituiu-se de registros em áudio e vídeo dos momentos de leitura das imagens em relevo pelas crianças cegas, das entrevistas com as crianças, autores e ilustradores, além da pesquisa bibliográfica. A metodologia utilizada para a análise destes dados da pesquisa de campo foi a Análise de Conteúdo. O índice de reconhecimento tátil das ilustrações pelos indivíduos abordados foi baixo, porém a maior ocorrência de reconhecimento tátil foi constatada entre os que desenham. As ilustrações com maior índice de reconhecimento foram as formas simples, figuras geométricas planas e esquemas

ASSUNTO(S)

relief image tactile recognition artes children illustration imagem em relevo ilustração infantil reconhecimento tátil

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