Uma história da literatura de jornal : o imparcial da Bahia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho tem por objeto a seção literária do periódico O Imparcial, do estado brasileiro da Bahia (1918-1947). A presente tese desenvolve-se no âmbito disciplinar da história da literatura, fundamentando-se em um sistema literário às margens da historiografia oficial. Suas bases teóricas foram buscadas na Ciência da Literatura Empírica, sob liderança de Siegfried Schmidt, e representada no Brasil por Heidrun Krieger Olinto. O pensamento do estudioso germânico quanto à atuação no espaço científico-acadêmico é articulado às posturas intelectuais de interferência política na sociedade, defendidas pelo crítico palestino Edward Said. O percurso de catalogação diária das matérias aqui reunidas detecta pessoas influentes, flagra debates e atuações conjuntas da literatura com grupos de variadas ideologias, destacando Arco &Flexa e Ala (Movimento das Letras e das Artes). De escritores lendários a completos desconhecidos, esta pesquisa almeja divulgar nomes como Castro Alves, Carlos Chiacchio, Rui Barbosa, Artur de Sales, Xavier Marques, Eugênio Gomes, Maria Dolores, João Paraguaçu e Wilson Lins. O corpus impõe algumas nomenclaturas, como Biocrítica e Tradicionismo Dinâmico, que podem ser incluídas no rol das teorias locais, na concepção de Walter Mignolo. A partir delas, inscrevo o item teórico esteio de sistema, para o qual Carlos Chiacchio e Afrânio Coutinho são exemplos acabados. A nomenclatura proposta literatura de jornal encontra sentido por sua aparência ao sistema literário. O periódico estudado realiza a transição do mundo dos bacharéis e dos tribunos para o Estado Novo e o Pós-Guerra. Ao oferecer batalhas políticas e combates intelectuais de conta semelhante, prova que a literatura é uma instituição engajada e interessada no tempo presente.

ASSUNTO(S)

literatura - histÓria e crÍtica imprensa - bahia - histÓria anÁlise literÁria letras jornais - histÓria

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