Um inquérito bio-comportamental sobre sífilis em homens sem-teto no Centro-oeste do Brasil: um estudo transversal

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/06/2018

RESUMO

O estudo teve como objetivo investigar a prevalência da sífilis e fatores associados em homens sem-teto no Centro-oeste do Brasil. A amostra nesse estudo transversal incluiu 481 indivíduos que frequentavam comunidades terapêuticas entre outubro e dezembro de 2015. Uma entrevista estruturada foi usada para coletar dados sociodemográficos e fatores de risco para sífilis. Foram realizados testes rápidos e VDRL para determinar a exposição à sífilis e a presença de sífilis ativa, respectivamente. A análise de regressão de Poisson foi usada para verificar os fatores de risco associados aos desfechos investigados. Entre os participantes, 10,2% foram reativos ao teste rápido e 5,4% tinham sífilis ativa. Na análise de regressão múltipla, a escolaridade (razão de prevalência ajustada - RPA: 0,89; p = 0,005), história de úlcera genital (RPA: 2,59; p = 0,002), história de DST (RPA: 1,97; p = 0,042) e relações sexuais sob o efeito de drogas (RPA: 1,60; p = 0,022) apareceram como fatores independentes associados à história pregressa de sífilis. Além disso, a história de úlcera genital (RPA: 2,19; p = 0,019), história de DST (RPA: 1,74; p = 0,033) e número de parceiros sexuais no último ano (RPA: 1,02; p = 0,044) estiveram associados à sífilis ativa. A prevalência de sífilis em homens sem-teto era bastante elevada, confirmando a vulnerabilidade desse grupo à infecção. Os achados enfatizam a necessidade de intervenções educacionais, melhoria dos programas de redução de risco, disponibilidade de testes diagnósticos (sobretudo o teste rápido) e tratamento adequado.

ASSUNTO(S)

sífilis pessoas em situação de rua comportamento de risco

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