TRANSMISSÃO VERTICAL DO VÍRUS HIV: avaliação do processo e resultados da assistência a mães portadoras do vírus HIV e seus recém-nascidos / VERTICAL TRANSMISSION OF THE VIRUS HIV: evaluation of process and results of care for HIV positive mothers and their newborns

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Introdução: A transmissão vertical, sem sombra de dúvidas, é a mais importante fonte de infecção do HIV em crianças, sendo que o equivalente a 65% dos casos ocorrem durante o trabalho de parto e no parto propriamente dito; os 35% restantes ocorrem intraútero e através do aleitamento materno. Atualmente, o percentual de TV do HIV, sem qualquer medida de prevenção, é de aproximadamente 20%. Contudo, estudos atuais publicados na literatura, mostram uma redução para taxas que variam de zero a 2% com a utilização de antirretrovirais durante todo o período gestatório e parto, operação cesariana eletiva, uso de AZT xarope para os recém-nascidos e a contraindicação do aleitamento materno. Objetivo: Avaliar o processo assistencial prestado a gestantes infectadas pelo vírus HIV e seus recém-nascidos atendidos no Hospital Universitário, Unidade Materno Infantil, da Universidade Federal do Maranhão, em São Luís - MA, a prevalência de transmissão vertical. Método: Estudo retrospectivo de 178 parturientes infectadas pelo vírus HIV, atendidas no HUMI/UFMA para assistência ao parto, no período de 2002 a 2008. Resultados: Dentre as parturientes, 40 (22,47%) realizaram teste rápido; 47 (26,40%), teste Elisa no pré-natal e as demais pacientes, 91 (51,12%), já tinham o diagnóstico antes de gestar. Quanto a TARV, 125 (70,22%) a utilizaram no pré-natal, sendo o uso exclusivo de AZT em 84 (67,20%) e 174 (97,0%) AZT no atendimento ao trabalho de parto. O restante, equivalente a 04 (2,25%), não fez qualquer medida profilática. Quanto à carga viral e CD4, apenas 18 (10,11%) realizaram o procedimento; 02 (11,11%) apresentaram carga viral inferior 1000 colônias e 18 (88,89%) apresentaram carga viral superior 1000 colônias. Sobre o percentual de gestantes em trabalho de parto, com ruptura das membranas das águas e inibição da lactação, foi obtido respectivamente 102 (57,30%), 23 (12,98%), 175 (98,31%), considerando o trabalho de parto e ruptura das membranas com mais de 4 horas 73 (71,57%), 19 (82,61%). Todos os RNs receberam AZT solução oral e nenhum deles foi amamentado. Para RNs com soroconversão e perda de seguimento, respectivamente, 11 (6,18%), 65 (36,62%). A soroconversão se fez presente em RNs de mulheres com duração do trabalho de parto acima de 4 horas e que realizaram teste de diagnóstico rápido 10 (90,91%). Quanto ao tipo de parto, Cesariana e Normal, apresentaram valores equitativos, em torno de 50% dos casos. Conclusão: O nível de assistência à gestante HIV positivo, em relação às metas do Projeto Nascer, nos sete anos desta avaliação, foi insatisfatório, onde os problemas de organização do serviço de saúde, somados à vulnerabilidade individual e social a que está submetida boa parte da população de mulheres portadoras do HIV, influenciou negativamente a execução das ações de controle da transmissão vertical do vírus na maternidade estudada.

ASSUNTO(S)

gravidez aids hiv transmissão vertical politica publica e populacao hiv aids pregnancy vertical transmission

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