TO WRITE, SO THAT? THE CONSTRUCTION OF THE WRITING AS FORMATIVE DEVICE OF PROFESSORS - POSSIBILITIES AND DIFFICULTIES FOR WITH WRITING. / ESCREVER, PARA QUÊ? A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA COMO DISPOSITIVO FORMATIVO DE DOCENTES - POSSIBILIDADES E DIFICULDADES PARA COM O ESCREVER.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esse estudo insere-se na linha de pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional do Programa de Pós-graduação, Mestrado em Educação da Universidade Federal de Santa Maria. A pesquisa aborda as narrativas dos docentes acerca de suas escritas, investigando como se materializam em registros escritos suas vivências e experiências e quais as referências decorrentes dessa sistematização. São professores de pós-graduação que escrevem por um desejo interno, ou pela exigência curricular dos Cursos de Formação nos quais estão inseridos. O testemunho de cinco professores deixa claro que tão peculiar como o significado da escrita para cada um, são as funções exercidas por ela em sua formação. Nesse sentido, busquei compreender os elementos envolvidos no processo da escrita docente, sua função e desenvolvimento que facilitam ou dificultam o caminho dessas produções, sejam elas acadêmicas, ou não. Quais os mecanismos que participam da escolha de um modo de escrever mais autoral ou mais anônimo dos professores e suas possíveis conseqüências na transmissão do saber? O trabalho na docência de pós-graduação e a participação em processos de formação continuada são integrados à dinâmica da vida do professor, observando-se o confronto entre as demandas de escrita e os processos responsivos dos professores. Essa pesquisa se articula na tentativa de compreender se e de que forma as relações com suas escritas potencializam o conhecimento dos professores de pós-graduação sobre o trabalho educativo e resultam em transformação na prática docente, na organização acadêmica e nas relações entre seus profissionais. Ancorado nos princípios teórico-metodológicos da pesquisa qualitativa e, mais especificamente, das pesquisas narrativas, busquei interlocutores docentes para a melhor compreensão do processo de escrever, articulando esses processos com o campo educativo e a psicanálise. Realizei entrevistas narrativas com questões abertas e que respondem às minhas questões norteadoras. Entre os principais resultados desse estudo, constatam-se atribuições dos estudos da linguagem e das atividades de escrita para a formação de professores: necessidade de desenvolvimento de autoria e de atitudes e competências investigativas; reconhecimento de aspectos sócio-políticos que sustentem as práticas pedagógicas; valorização da aproximação pessoal entre os membros do grupo; fortalecimento da identidade profissional; valorização do conhecimento; desenvolvimento do compromisso ético-político com Ensino de Pós-graduação; mudanças conceituais sobre a escrita e a prática pedagógica e, conseqüentemente, melhoria da prática. Quanto as resistências para com a escrita relacionam-se à imposição de estados que se busca evitar, como: o confronto com o não saber, com a angústia da folha em branco, com o excesso de demandas de produção, com as faltas, com a desordem do processo de construção do texto, com as falhas evidenciadas no texto pronto e com o desconhecimento da opinião alheia sobre a produção. A pesquisa com os docentes apontou que a escrita se configura como um importante componente na reflexão e ação da prática docente, tanto na vida privada como na universidade, revelando-se um dispositivo formativo de grande relevância para a formação de professores.

ASSUNTO(S)

trabalho docente e educação teaching work and education trajetórias formativas trajectory formative educacao escrita writing

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