The punctuation of the Grammar : the place of contraditions / A pontuação na gramatica : lugares da contradição

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O presente trabalho pretende analisar o discurso da gramática, buscando perceber qual o modelo de língua ali construído, a imagem de sujeito usuário da gramática e produtor de linguagem e o lugar de enunciação criado para esse sujeito. Como lugares de enunciação, compreendem-se os lugares sociais do dizer estabelecidos para o sujeito, que definem as possibilidades de dizer e para quem dizer. No discurso gramatical, a língua, em relação à maioria dos conteúdos da gramática, é instrumento eficaz de comunicação, capaz de prever todos os sentidos possíveis; para a gramática, pontuação é instrumento falível, suscetível de ambiguidade, ambivalência, inexatidão. Perceber essas possibilidades presume um conhecimento de textualização que vai além da alfabetização, pressupõe letramento, objetivo principal do processo de escolarização. Assim, buscar-se-á observar como se dá, no que se refere à pontuação, esse reconhecimento de uma ambiguidade constitutiva da relação do sujeito com a linguagem, possibilitando-o pontuar, marcando um estilo pessoal. Desse fato, pode-se pensar que a Formação Discursiva do sujeito gramático constrói uma posição-sujeito heterogênea na sua constituição, que, na percepção da impossibilidade de prever todos os usos possíveis da língua, recorre ao recurso da subjetividade, deixando ao sujeito produtor de linguagem a função de escolher a saída mais conveniente ao seu estilo pessoal de escrever. Assim, pode-se interpretar que, para a gramática, a língua não falha; a pontuação, contudo,é falível na medida em que não dá conta de todos os usos possíveis. Consideramos, para fim de análise, dois modelos de gramática: o teórico, usado como referência para o estudo da língua portuguesa, que comenta e explica a língua; e o de divulgação, baseado na descrição da norma. No primeiro grupo ,estão inseridas a Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara, a Gramática da Língua Portuguesa, de Celso Cunha e Lindsey Cintra, e a Gramática Normativa da Língua Portuguesa de Rocha Lima; no segundo grupo inserem-se a Gramática Metódica da Língua portuguesa de Napoleão Mendes de Almeida, Nossa Gramática. Teoria e Prática de Antônio Sacconi e A Gramática- como se aprende uma língua, de A. de Sampaio Dória. As gramáticas de referência são assim classificadas por se ocuparem da teorização sobre a língua em consonância com a sua normatização; as gramáticas pedagógicas são as elaboradas para serem instrumentos de ensino-aprendizagem "da língua (nacional e oficializada)." (Agustini:1999:119) Sustentarão as reflexões propostas e o modo de análise apresentado a Semântica Histórica da Enunciação e sua relação com o Projeto História das Idéias Linguísticas no Brasil ; a AD e sua concepção de sujeito

ASSUNTO(S)

sujeito grammar punctuation discurso gramatica subject pontuação speech

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