Teste de sangue oculto nas fezes e retossigmoidoscopia flexível: instrumentos para o rastreamento de neoplasias colorretais em pacientes assintomáticos

AUTOR(ES)
FONTE

J. Coloproctol. (Rio J.)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-03

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar a viabilidade e eficácia do teste de sangue oculto nas fezes (TSOF) e retossigmoidoscopia (RSS) flexível, como instrumentos utilizados na triagem do CCR, em pacientes assintomáticos a partir dos 50 anos. MÉTODOS: Esse é um estudo transversal e apresenta uma amostra de 102 indivíduos. O TSOF utilizado foi o método do guaiaco FECA-CULT(r), realizado em uma única vez, em fezes coletadas de uma evacuação completa. Indivíduos com TSOF positivo foram encaminhados para o complemento de colonoscopia, embora essa não seja a variável primária examinada neste estudo. Todos os pacientes foram submetidos a uma RSS flexível, após a preparação do intestino com o uso de uma solução de fosfato de sódio monobásico mono-hidratado e de fosfato de sódio dibásico hepta-hidratado. RESULTADOS: Os participantes tinham idade mínima de 50 anos e máxima de 82 anos (média ± desvio padrão, 61,6 ± 8,1 anos). Dos 102 pacientes, 42 (41%) eram homens, enquanto 60 (58,8%) eram mulheres. O TSOF revelou 10 casos positivos (9,8%) (IC 95%: 4,8-17,3%) e 92 casos negativos (90,2%) (IC 95%; 82,7-95,2%). O TSOF foi eficaz em 2,9% e apresentou resultado falso-positivo em 6,9%. O resultado da associação de TSOF com RSS flexível demonstrou que 70% dos pólipos neoplásicos não exibiam qualquer sangramento. Sua sensibilidade foi de 30% (IC 95%: 0,00-63,40%), com risco relativo de 3,94 (IC 95%: 1,20-12,89) e razão de sensibilidade (odds ratio) de 5,20 (IC 95%: 1,21-23,15). A especificidade da associação foi de 92,40% (IC 95%: 86,43-98,35%). A RSS flexível detectou 15 pólipos, tendo sido contatado que, depois do estudo histopatológico, 10 eram neoplásicos: 9 pólipos adenomatosos (60%) e 1 malignidade (6,7%) (IC 95%: 0,20-31,90%). Além disso, a RSS flexível detectou 5 pólipos não neoplásicos (33,3%): 3 pólipos inflamatórios (20%) (IC 95%: 4,3-48,1%) e 2 pólipos hiperplásicos (13,3%) (IC 95%: 1,7% -40,5%). Os pólipos neoplásicos estavam presentes em 60% dos pacientes com mais de 60 anos de idade. Entre os pólipos adenomatosos, houve prevalência tubular de pólipos adenomatosos em 53,33%. Entre os 102 indivíduos, a RSS flexível detectou 9 pólipos adenomatosos (8,82%) e 1 (0,98%) pólipo maligno. CONCLUSÃO: Foi constatada a viabilidade dos instrumentos TSOF e RSS flexível; quando associados, demonstraram significância estatística na detecção de pólipos em geral e importante significado clínico para a detecção de pólipos adenomatosos e do câncer colorretal.

ASSUNTO(S)

neoplasias colorretais diagnóstico sangue oculto

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