Rastreamento para câncer colorretal: solicitar ou não pesquisa de sangue oculto nas fezes?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
FONTE
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
Uma revisão sistemática de Ensaios Clínicos Randomizados (ECR) (Grau A) demonstrou que a realização de pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente ou a cada dois anos, seguida de investigação complementar nos casos de resultado positivo, diminuiu as taxas de mortalidade por câncer colo retal quando comparadas a não realização do “screening” após 18 anos de acompanhamento.
Resultados combinados de 4 ECR (Grau A) demonstraram que os participantes que realizaram rastreamento anual tiveram uma redução de 16% no risco de mortalidade por câncer de cólon (RR 0,84; IC 95% 0,78-0,90) em relação aos indivíduos que não realizaram o “screening”. Nos três estudos que compararam a pesquisa de sangue oculto nas fezes a cada dois anos com grupo de indivíduos que não realizou rastreamento houve uma redução de 15% no risco de mortalidade por câncer de cólon no grupo que fez rastreamento (RR 0,85; IC95% 0,78-0,92).
Uma ressalva importante da maioria dos estudos é em relação ao risco de resultados falso positivos nos exames de sangue oculto nas fezes, os quais podem acarretar em danos psicológicos e ainda realização de colonoscopia desnecessária com riscos de perfuração inerentes ao procedimento. O valor preditivo positivo do teste varia entre 2 e 50%. Quando há perda de 10ml/dia, a acurácia do teste é de 67% e quando a perda é de 720ml/dia a acurácia fica em torno de 80-89%.
Deve-se orientar ao paciente para fazer coleta de pelo menos 3 amostras de fezes e abster-se por 72 horas dos seguintes medicamentos e alimentos: antiinflamatórios não esteróides, AAS , carne vermelha, ovos, banana, espinafre e legumes coloridos. O uso de antiácidos e antidiarréicos podem dificultar a leitura do teste. A vitamina C pode aumentar a chance de resultados falso negativos.
Cabe ressaltar que a escolha do exame de rastreamento para câncer colorretal depende da avaliação prévia da efetividade, aceitabilidade, relação custo-benefício e recursos disponíveis. Um fator importante quando se tem elevada prevalência de resultados falsos positivos é observar se os pacientes estão fazendo o preparo adequado para coleta do exame e qual o método utilizado pelo laboratório.
ASSUNTO(S)
apoio ao diagnóstico médico d75 neoplasia maligna do cólon/reto neoplasias colorretais a - estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência prevenção e controle do câncer
ACESSO AO ARTIGO
https://aps-repo.bvs.br/aps/rastreamento-para-cancer-colorretal-solicitar-ou-nao-pesquisa-de-sangue-oculto-nas-fezes/Documentos Relacionados
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