Spatial patterns of Tuberculosis associated with the Adapted Living Condition Index in Ribeirão Preto. / Padrões espaciais da tuberculose associados ao indicador adaptado de condição de vida no município de Ribeirão Preto

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Considerada um problema social, a Tuberculose é uma doença que ultrapassa as barreiras biológicas sendo fundamental compreender sua ocorrência no contexto das condições de vida da população e do espaço que a envolve. O presente estudo com delineamento híbrido, ecológico e de tendência temporal (retrospectivo e longitudinal), teve como objetivos estudar a relação do Indicador Adaptado de Condição de Vida e a distribuição espacial da ocorrência da Tb no ano de 2000 e obter a correlação espacial da ocorrência dos casos, segundo endereço de notificação, ao longo dos anos 2000 a 2006, no município de Ribeirão Preto. Os dados referentes à Tuberculose foram coletados no banco de dados Epi-Tb e as informações que compuseram o Indicador Adaptado de Condição de Vida, do Censo Demográfico de 2000. A unidade de análise foi o setor censitário. Os mapas temáticos foram realizados com auxílio do software MapInfo 7.5 e a análise estatística espacial, por meio do Spring 4.3. Para os demais cálculos (Análise Fatorial, teste Qui-quadrado, Razão de Chances), utilizou-se o SPSS 10.0. O perfil dos casos novos de Tuberculose encontrado foi: caso novo (85%), forma pulmonar (74,5%), sexo masculino (71,7%), faixa etária de 20-49 anos, com ênfase no grupo de 30-39 anos, a média das idades oscilou entre 38,9 a 42 anos. A cobertura do Tratamento Supervisionado atingiu 76% dos doentes no ano de 2006, a co-infecção TB/Hiv foi de 27%, o teste anti-Hiv não foi realizado em 12,9% dos doentes. Em relação ao resultado de tratamento, a média de cura foi de 72,3%, abandono (43%) e óbito por Tuberculose (3,9%). O coeficiente de incidência variou de 26,8/100.000 habitantes (2006) a 38,9/100.000 habitantes (2001). O percentual de geocodificação foi superior a 86% para todos os anos do estudo, mostrando uma concentração de casos em 3 regiões do município, que se intercalaram durante os anos. Quanto aos indicadores que compuseram o Indicador Sintético de Condição de Vida, os que apresentaram as maiores cargas fatoriais foram chefes de família com renda menor ou igual a 2 salários mínimos e menos de 3 anos de estudo, seguido de densidade intradormitório e população de 10-14 anos analfabeta. O município foi classificado em 3 clusters: alta, intermediária e baixa condição de vida. A comparação dos mapas de condições de vida e Tuberculose evidenciou relação entre a doença e áreas mais carentes do município, visto que o coeficiente de incidência no cluster de baixa condição de vida foi de 49,9/100.000 habitantes. A Razão de Chances bruto, considerando-se o cluster de alta condição de vida como referência, comprovou a associação entre Tuberculose e condição de vida, sendo, para o cluster de intermediária condição de vida igual a 2,27 (RC= 2,27; IC 95%: 1,46-3,45) e para o de baixa condição de vida igual a 3,30 (RC= 3,30; IC 95%: 1,90-5,70). Por outro lado, seu valor não foi significativo quando comparados os clusters de condição de vida intermediária e pobreza (RC=1,45; IC 95%: 0,92-2,29). A estratificação do município segundo condições de vida e ocorrência da Tuberculose permitiu a identificação de áreas de risco, fornecendo subsídios para o Programa de Controle da Tuberculose local.

ASSUNTO(S)

residence characteristics social conditions tuberculosis condições sociais distribuição espacial da população epidemiology tuberculose epidemiologia iniqüidade social social inequality

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