A acessibilidade do doente ao tratamento de tuberculose no município de Ribeirão Preto (2007) / Patients Accessibility to Tuberculosis Treatment in the City of Ribeirão Preto (2007).

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Um dos grandes entraves no controle da TB na conjuntura atual consiste na acessibilidade do doente às tecnologias e aos recursos disponíveis. Assim, propôsse analisar a acessibilidade do doente ao tratamento de TB no município de Ribeirão Preto. Trata-se de um estudo seccional, realizado a partir da adaptação de instrumentos componentes do Primary Care Assessment Tool (PCAT), formulados e validados para avaliar os aspectos críticos da atenção primária desenvolvidos na Universidade de Johns Hopkins (Starfield 2000; 1998). Adequado e validado para o Brasil por Macincko e Almeida (2006), sendo adaptado para a atenção à TB por Villa e Ruffino-Netto (2008). A amostra do estudo foi por conveniência, selecionando-se duas fontes primárias de informações: Doentes diagnosticados de TB entre junho de 2006 a julho de 2007, acima de 18 anos, não pertencentes ao sistema prisional e profissionais de saúde que desenvolviam ações de controle nos Centros de Referência. A acessibilidade foi categorizada em 4 dimensões: Organizacional, Sócio-cultural, Geográfica e Econômica. Os entrevistados responderam cada pergunta segundo escala de possibilidades, do tipo Likert, com 5 posições. O processo de análise deu-se em duas etapas: Na primeira, compararam-se os centros de referência, aplicando-se os testes Anova e Kruskall Wallis, quando violados os critérios de homocedasticidade requeridos pelo teste paramétrico. A homocedasticidade foi confirmada pelo Teste de Bartlett. Na segunda etapa as fontes de informações foram comparadas, utilizando o teste qui-quadrado. Assumiram-se em todos os testes o nível de significância de 5%. A consistência interna do instrumento foi certificada pelo alpha de cronbach. Realizou-se 116 entrevistas, sendo 100 com doentes e 16 com profissionais de saúde. Em relação aos doentes, predominou o sexo masculino, com ensino fundamental incompleto, residente em moradia própria. No que tange aos profissionais de saúde, a maioria é do sexo feminino, com formação de nível médio. A maioria dos doentes foi encaminhada pelo pronto-atendimento ou hospital. Na dimensão geográfica, os achados apontaram como barreira ao tratamento, as distâncias entre os Centros de Referência a TB e os domicílios dos pacientes. Na dimensão econômica identificaram-se os gastos com viagens e as perdas no dia de trabalho. Frente à dimensão sócio-cultural, identificaram-se níveis insatisfatórios de educação em saúde e do envolvimento da comunidade. A busca ativa na comunidade não é priorizada no contexto dos serviços de saúde. Na dimensão organizacional, observaram-se níveis satisfatórios na realização de baciloscopias para o diagnóstico de TB e exames de HIV; todavia, o controle de comunicantes foi falho na maioria dos centros. Os trabalhadores não recomendam à comunidade os serviços de saúde onde desempenham suas ações com a mesma veemência dos doentes. Conclui-se que a educação em saúde, a busca ativa e o gerenciamento do tratamento são ações que devem ser priorizadas pelas equipes de saúde, de forma a ampliar a acessibilidade dos pacientes ao tratamento de TB.

ASSUNTO(S)

acessibilidade tuberculosis accessibility primary health care atenção primária à saúde tratamento tuberculose treatment

Documentos Relacionados