(SOF Arquivada) Qual o tratamento farmacológico da insônia no idoso?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Santa Catarina

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Os novos medicamentos não-benzodiazepínicos agonista receptor benzodiazepínico (Zolpidem, Zaleplon e Zopiclona) são seguros para uso a longo prazo e são preferidos aos benzodiazepínicos tradicionais pois tem baixo risco de efeitos adversos, pouca sedação residual no dia seguinte e baixo potencial de dependência.

Benzodiazepínicos são raramente recomendados para o tratamento da insônia

. Esta classe de medicação tem como efeitos colaterais: sedação residual durante o dia, comprometimento da memória sobretudo em idosos, quedas (frequentes em idosos), depressão da ventilação, insônia rebote na descontinuação da medicação, abuso da medicação, desenvolvimento de tolerância e dependência. Os anti-histamínicos sedativos e antidepressivos são as vezes utilizados para tratar insônia; entretanto falta evidência da eficácia destas medicações no tratamento da insônia primária

.

Estudos experimentais mostram eficácia do extrato de camomila, kava kava, passiflora e valeriana na insônia, contudo faltam estudos robustos comprovando o benefício1,4.

Em idosos alguns princípios básicos norteiam a farmacoterapia racional da insônia3:

• Na insônia de curta-duração, deve-se prescrever medicações por curto período de tempo, isto é, uso regular por não mais do que três a quatro semanas;

• Deve-se prescrever, sempre que possível, um único fármaco para reduzir os custos e o risco de interação medicamentosa e na menor dose efetiva;

• Em idosos, deve-se iniciar o tratamento com doses menores do que as utilizadas habitualmente em adultos jovens e evitar medicações com meia vida longa;

• Deve-se descontinuar a medicação de forma gradual;

• Deve-se utilizar, sempre que possível, agentes com meia-vida de eliminação mais curta(para diminuir a sedação diurna).

Principalmente na população idosa é importante atenção a polifarmácia, pelo risco de interação medicamentosa, toxicidade e reações adversas. É frequente o idoso ter várias receitas médicas de diferentes profissionais e ainda fazer uso de automedicação. O médico de família como coordenador do cuidado deve, no acompanhamento longitudinal, identificar as medicações em uso pelo idoso e quando possível realizar suspenção ou redução de dose de medicamentos.

A atividade física melhora o sono tão efetivamente quanto benzodiazepínicos em alguns estudos, além de trazer outros benefícios para saúde. A atividade física regular, terapia cognitivo comportamental e terapia de relaxamento são tratamentos não farmacológico efetivos no manejo da insônia1 (grau de evidência A).

ASSUNTO(S)

apoio ao tratamento médico p06 perturbação do sono distúrbios do início e da manutenção do sono idoso preparações farmacêuticas a - estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência

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