Saude mental, qualidade de vida e estrategias de coping em estudantes universitarios da cidade de Campo Grande - MS / Mental health, quality of life and coping strategies of university students of Campo Grande - MS

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Introdução. As rápidas mudanças proporcionadas pela globalização e um mercado de trabalho cada vez mais competitivo requerem continuamente novas habilidades, competências e adaptações. Um ensino superior eficiente deverá estar atento a estas macro-demandas e à especificidade dos comportamentos, dificuldades, potencialidades e formas de enfrentamento de seus estudantes, propondo grades curriculares e apoios que maximizem seu Bem-estar, Qualidade de Vida (QV) Saúde Física e Mental (SM), permitindo um processo ensino-aprendizagem saudável, eficaz e produtivo. Objetivos. Avaliar a SM e a QV de estudantes universitários de uma instituição privada de ensino da cidade de Campo Grande-MS, identificando as estratégias de Coping mais utilizadas no enfrentamento de eventos estressantes. Casuística e Método. Estudo epidemiológico de corte transversal realizado em uma amostra de 466 universitários, divididos proporcionalmente entre primeiro e último ano (F= 291 e M= 175), de 28 cursos e 56 turmas, de 5 áreas do conhecimento. Foram aplicados o QSG -60 para avaliar a SM, o Questionário SF-36 para QV, a Escala de Coping de Billings e Moos e um Questionário sócio-demo gráfico-acadêmico. Resultados. A amostra como um todo não evidenciou presença de Transtornos Mentais, apresentou melhor performance no componente físico da QV e pior no mental, utilizando predominantemente estratégias ativas no enfrentamento de eventos estressantes. Diferenças entre gêneros foram identificadas: o gênero masculino apresentou maior risco para distúrbios psicossomáticos, e o feminino, para distúrbios do sono; o gênero masculino apresentou melhor performance em todos os domínios de QV; melhores resultados em SM e QV foram apresentados por mulheres que cursam Direito; a pior performance em SM foi a de homens que freqüentam o Centro de Ciências Humanas e Sociais. Com relação à QV, estudantes do gênero feminino do CCET, do CCSA e do CCHS apresentam melhora significativa no decorrer do curso, já os de gênero masculino do CCSA, na etapa inicial do curso, apresentam melhor estado geral de saúde e melhoram, no decorrer, em SM e vitalidade, enquanto os do CCHS melhoram em aspectos sociais. Estudantes do gênero feminino que trabalham apresentaram pior performance em QV, no domínio "dor". QV e a SM estiveram altamente correlacionadas e a utilização da estratégia de Coping de evitação mostrou uma tendência a influencia-las negativamente. O Coping de evitação foi o mais utilizado por estudantes do gênero feminino que referiram baixo rendimento acadêmico. Para o gênero feminino, 73% da variabilidade da SM foi explicada pela QV, enquanto para o masculino, 67% da variabilidade da SM foi explicada pela QV e também pelo Coping, sendo que apenas o método de evitação contribuiu significativamente para o modelo de regressão obtido. Conclusão. Foram identificadas diferenças de gênero com relação à performance em SM e QV, com os homens apresentando resultados superiores nessas duas áreas. Cursar determinadas áreas do conhecimento parece contribuir para uma melhor ou pior SM e QV, e o decorrer do curso pode melhorar ou piorar a SM e a QV, sobretudo a do gênero feminino, que parece se apresentar mais exposto aos efeitos do avanço do curso.

ASSUNTO(S)

adaptabilidade (psicologia) qualidade de vida estudantes universitarios quality life graduate students psychological adaptation saude mental mental health

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